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Venezuela pede a Congresso dos EUA investigação séria sobre tentativa de invasão

Yuri Cortez/AFP -
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
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A Venezuela enviou ao Congresso americano informações sobre uma investigação parlamentar a respeito da tentativa de invasão armada por via marítima no país através do Caribe, na qual dois americanos foram presos e acusados de "terrorismo", anunciou nesta quinta-feira (21) o Ministério Público.

"Enviamos e foi recebida nesta terça-feira uma carta endereçada à presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi", na qual "fornecemos informações ao Congresso americano sobre o ocorrido na Operação Gideon", informou o procurador-geral, Tarek William Saab.

O governo venezuelano também solicitou ao Congresso americano uma "investigação séria" sobre a "responsabilidade" do governo Trump na tentativa de invasão.

"Pedimos uma investigação séria que determine a responsabilidade do governo Trump", acrescentou o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza em sua conta no Twitter, após o procurador-geral do país, Tarek William Saab, anunciar o envio de informações aos EUA para ser usado em um processo legislativo.

Membros da Comissão das Relações Exteriores da Câmara de Representantes (baixa) dos Estados Unidos iniciaram uma investigação depois de exigir do governo de Donald Trump informações sobre a frustrada incursão realizada em 3 de maio.

Na carta enviada ao Congresso, "damos informações para a investigação que está sendo realizada pelo Congresso" dos EUA sobre "a invasão à Venezuela feita por assassinos e mercenários, com a suposta participação dos governos Trump e (Iván) Duque (Colômbia)", disse Saab.

O texto, lido por Saab em pronunciamento transmitido pela emissora de TV estatal, volta a trazer alegações sobre o vínculo entre Jordan Goudreau, fundador da empresa de segurança Silvercorp USA, com sede em Miami, e o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, acusado de ter assinado um contrato com essa empresa.

Guaidó, reconhecido pelos Estados Unidos e mais de cinquenta países como presidente interino da Venezuela, nega envolvimento com a Silvercorp, enquanto o governo Trump chama a versão apontada por Caracas de um "melodrama".

Segundo o MP venezuelano, a frustrada "Operação Gideon" deixou 66 detidos, entre eles os militares americanos da reserva Luke Alexander Denman e Airan Berry, acusados, entre outras coisas, de terrorismo.

O ministro da Defesa da Venezuela, general Vladimir Padrino López, comentou sobre outras 39 prisões de desertores militares que entraram pela fronteira terrestre com a Colômbia, como forma de apoio terrestre à incursão que viria do mar.(AFP)