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Fernández recebe Maia e anuncia ex-vice argentino como embaixador no Brasil

REUTERS/Agustin Marcarian -
Candidato de oposição na eleição presidencial da Argentina, Alberto Fernández, em Buenos Aires
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O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta quinta-feira (5) alguns dos principais nomes responsáveis pela diplomacia do país durante sua gestão, que começará na próxima terça (10). 

Felipe Solá, governador da província de Buenos Aires -que não tem ingerência sobre a capital do país- entre 2002 e 2007, comandará o Ministério de Relações Exteriores. Já o ex-candidato peronista à Presidência Daniel Scioli, vice de Néstor Kirchner (2003-2007), será o embaixador argentino no Brasil. 

Os anúncios foram feitos no mesmo dia que Fernández recebeu o presidente da Câmara de Deputados do Brasil, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi acompanhado do líder peronista da Câmara de Deputados da Argentina, Sergio Massa. O encontro aconteceu em Buenos Aires. 

"Meu primeiro gesto com relação ao Brasil é enviar como embaixador alguém a quem dou muito valor", disse Fernández no encontro. "Temos um destino comum, temos que cuidar que nenhuma conjuntura altere nossa relação. O Brasil é um irmão com outro idioma."

Também ex-governador da província de Buenos Aires (2007-2015), Scioli foi o principal candidato peronista na eleição presidencial de 2015. 

Apoiado pela então presidente do país, Cristina Kirchner, ele recebeu durante a campanha eleitoral a visita e o endosso tanto de Luiz Inácio Lula da Silva quanto de Dilma Rousseff.

Na ocasião, Scioli terminou o primeiro turno na liderança, mas acabou derrotado no segundo por Mauricio Macri. 

Scioli cogitou, inclusive, disputar o comando do país outra vez no pleito de 2019, mas acabou desistindo e apoiando Fernández -que tem Cristina como vice. A chapa derrotou Macri no primeiro turno. 

Desde a campanha, Fernández e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, têm trocado críticas. 

Antes da eleição, o agora presidente eleito havia dito que Bolsonaro era "racista, misógino e violento".

Já o brasileiro, que disse abertamente torcer pela vitória de Mauricio Macri, afirmou após a eleição que os argentinos tinham "escolhido mal" e que não cumprimentaria o presidente eleito.

No encontro desta quinta com Fernández, Maia afirmou que "o papel do Brasil é respeitar a decisão dos argentinos", de acordo com o jornal Clarín.

Após a reunião, ele usou uma rede social para defender a relação entre os dois países, mas não citou Bolsonaro.  

"A Argentina é o parceiro mais importante do nosso país e, portanto, Brasil e Argentina são mais fortes quando estão juntos. A nossa visita hoje veio consolidar ainda mais esta parceria", afirmou o deputado.(Sylvia Colombo/FolhaPress)

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