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Acordo UE-Mercosul favorece governistas nas eleições presidenciais de Argentina e Uruguai

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BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O acordo bilateral fechado entre Mercosul e União Europeia após mais de 20 anos deve favorecer candidatos governistas nas eleições presidenciais de Argentina e Uruguai. 

A chancelaria argentina emitiu um comunicado celebrando um "acordo sem precedentes para ambos os blocos" e que "termina um processo negociador de mais de 20 anos".

O governo argentino fez o anúncio de forma festiva, tentando capitalizar o feito para o presidente Mauricio Macri, que concorre à reeleição neste ano. Na nota, a chancelaria enfatizou que os esforços de negociação foram dobrados depois de 2016, ou seja, durante a gestão atual. 

No Uruguai, haverá eleição presidencial no mesmo dia, 27 de outubro e, apesar de o atual presidente, Tabaré Vázquez, não poder concorrer à reeleição, seu partido, a Frente Ampla, é o favorito nas pesquisas. 

O anúncio argentino reforça que o acordo é um marco que "consolida as nossas empresas em cadeias globais de valor, promove a chegada de investimentos, acelera o processo de transferência tecnológica e aumenta a competitividade da economia, o que gerará um incremento do PIB argentino e o aumento de emprego de qualidade."

A notícia chega depois que o governo anunciou cifras ruins para a economia, como o aumento da inflação, em 55% no acumulado dos últimos três meses, e do desemprego, que esta em 10,1%, a primeira vez que chega aos dois dígitos desde 2006.

O comunicado ainda reforçou que o acordo "melhora a qualidade das instituições argentinas e favorece a integração regional".

Para o economista Marcelo Elizondo, o acordo importa para a Argentina, porque "historicamente, trata-se de um país com pouca propensão para a abertura, tendo até hoje perdido oportunidades grandes de inserção internacional".

Por conta disso, Elizondo crê que o acordo pode causar "um giro no modo como reformamos nossas instituições". Alerta, porém, que a Argentina e o Mercosul não devem deixar para um segundo plano aproximações já em andamento, "como com a Aliança do Pacifico e países asiáticos", conclui Elizondo.