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Estados Unidos ordenam saída de parte dos funcionários de sua embaixada no Iraque

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Departamento de Estado americano ordenou nesta quarta-feira (15) a saída de todos os funcionários considerados não emergenciais da embaixada em Bagdá e do consulado em Erbil, em um momento de tensão crescente entre Estados Unidos e Irã, vizinho do Iraque.

O governo americano aumentou a pressão sobre o Irã nos últimos dias: Washington acusou Teerã de planejar ataques "iminentes" na região e reforçou a sua presença militar no Golfo.

"Vários grupos terroristas e insurgentes estão ativos no Iraque e atacam regularmente tanto as forças de segurança iraquianas como os civis", afirma um comunicado de advertência.

"As milícias sectárias antiamericanas também podem ameaçar cidadãos americanos e empresas ocidentais em todo o Iraque", completa o texto.

Também nesta quarta, o Exército alemão anunciou a suspensão até nova ordem de suas operações de treinamento militar de iraquianos, devido ao risco provocado pelas recentes tensões com o Irã na região.

"O Bundeswehr suspendeu sua formação", disse à imprensa o porta-voz do ministério da Defesa alemão, Jens Flosdorff, respondendo a uma pergunta sobre a presença da Alemanha no Iraque diante das tensões com o Irã na região.

O porta-voz falou de "uma maior vigilância" do Exército alemão no país, sem descartar a retomada dos exercícios de treinamento "nos próximos dias", se a situação permitir.

A decisão foi tomada pelo Exército alemão junto com outros países que treinam militares na região, acrescentou ele.

O exército alemão conta atualmente com 160 soldados no Iraque, onde treina tropas, e também no Curdistão iraquiano, onde apoia os combatentes curdos peshmergas.

O governo holandês também suspendeu uma missão no Iraque, que oferecia assistência a autoridades locais. Militares holandeses atuam no treinamento de forças iraquianas em Erbil, no norte do país.

A tensão entre o Irã e os Estados Unidos cresceu recentemente, após Washington aumentar as sanções e sua presença militar no Golfo Pérsico.

Os EUA saíram no final de 2018 de um acordo nuclear com Teerã. Em abril, anunciaram a volta de sanções a países compradores de petróleo iraniano -o objetivo é pressionar a economia do regime.

Nos últimos dias, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, aliados dos EUA no Oriente Médio, disseram que navios petroleiros e estações de bombeamento de petróleo foram atacados.

Um dos ataques, realizado com drones, foi reivindicado pelos rebeldes houthi do vizinho Iêmen, que indicaram ter realizado a ação como "resposta aos crimes" e ao "bloqueio" da Arábia Saudita contra seu país.

A Arábia Saudita intervém militarmente desde 2015 no conflito no Iêmen para ajudar ao governo frente aos rebeldes houthi, apoiados politicamente pelo Irã.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que não haverá uma guerra com os EUA. "A nação iraniana escolheu o caminho da resistência", disse.