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Irã pede a Trump que trate país com respeito e sem ameaças de guerra

REUTERS/Kim Kyung-Hoon -
Ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif
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O Irã cobrou os Estados Unidos, nesta segunda-feira, a se dirigirem à República Islâmica com respeito, e não com ameaças de guerra, um dia depois de o presidente Donald Trump despertar o temor de um possível conflito entre EUA e Irã.

Como sinal de um confronto em ebulição um ano depois de Washington se desligar de um acordo nuclear firmado em 2015 com o Irã e readotar sanções, Teerã anunciou um aumento de quatro vezes no ritmo de produção do enriquecimento de urânio de baixo grau.

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Ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif (Foto: REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

As tensões entre Washington e seus aliados sunitas no Golfo Pérsico, de um lado, e de Teerã e seus representantes xiitas na região do outro, ardem há semanas.

No domingo, Trump tuitou: "Se o Irã quiser lutar, esse será o fim oficial do Irã. Nunca mais ameacem os Estados Unidos!".

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif, respondeu em sua conta de Twitter: "Nunca ameace um iraniano. Tente o respeito – funciona!".

Zarif, que foi educado nos EUA, na verdade elogiou Trump por comentários anteriores vistos como alertas à linha-dura do governo norte-americano que estimula um conflito.

O presidente "deplora com razão o complexo militar-industrial pressionar os EUA a Guerras Infinitas", tuitou Zarif.

Mas ele disse que Trump permitiu que um "time B" de assessores liderados pelo conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, "jogasse fora a diplomacia", e os acusou de "ordenhar carniceiros despóticos através da venda maciça de armas" -- uma referência aparente ao maior rival regional do Irã, a Arábia Saudita, maior compradora de armas de Washington.

Trump endureceu as sanções econômicas contra o Irã, e seu governo diz que reforçou a presença militar norte-americana na região.

Os EUA acusam Teerã de representar uma ameaça a seus soldados e interesses, o que o regime nega, descrevendo as medidas dos EUA como "guerra psicológica" e um "jogo político".

Também nesta segunda-feira, o Reino Unido aconselhou o Irã a não subestimar a determinação dos EUA, alertando que se os interesses norte-americanos forem atacados o governo Trump retaliará.

O chanceler de Omã, Estado do Golfo Pérsico que ajudou a encaminhar conversas entre Irã e EUA no passado, visitou Teerã nesta segunda-feira. Yousuf bin Alawi bin abordou questões regionais e internacionais com Zarif, relatou a agência de notícias estatal iraniana Irna sem dar detalhes.

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eua | irã | Trump