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Terroristas que atacaram Sri Lanka tinham boa educação e eram da classe média, diz governo

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os nove terroristas que atacaram o Sri Lanka no domingo de Páscoa (21) possuíam boa educação e vinham da classe média, sendo que um deles estudou no Reino Unido. Entre os suicidas que detonaram explosivos em igrejas e hotéis, havia uma mulher.

As autoridades do país revelaram mais dados sobre os suspeitos nesta quarta-feira (24). Todos são do Sri Lanka, e vindos de diferentes partes do país. Seus nomes não foram informados.

"Eles eram pessoas muito bem educadas", disse Ruwan Wijewarden, ministro da Defesa do Sri Lanka. "Acreditamos que um dos terroristas suicidas estudou no Reino Unido e depois fez pós-graduação na Austrália antes de voltar ao Sri Lanka".

Wijewardene disse que todos os participantes do ataques são do Sri Lanka, mas que vários deles moraram ou estudaram em países estrangeiros.

Os ataques de domingo atingiram três igrejas e quatro hotéis no domingo (21). O total de mortes subiu para 350 nesta quarta (24). Dezenas de vítimas que estavam em hospitais não resistiram. Ao todo, houve cerca de 500 feridos.

Um funeral coletivo foi realizado na terça (23), dia em que os mortos foram homenageados em diversas cerimônias.

Os agentes seguem investigando como os ataques foram planejados e como poderiam ter sido evitados. Na terça-feira (23), o Estado Islâmico assumiu a autoria da ação, e disse ter fornecido treinamento aos terroristas. No entanto, o grupo não forneceu provas contundentes.

O EI divulgou um vídeo que mostra oito homens, sete deles com o rosto coberto, jurando lealdade à bandeira do grupo e ao seu líder, Abu Bakr Al-Baghdadi. O único que está com a face descoberta é Mohamed Zahran, ativista do Sri Lanka apontado como um dos autores do atentado.

O governo do Sri Lanka não confirmou se Zahran é um dos nove terroristas que realizaram as explosões. As autoridades apontam o pequeno grupo jihadista local NTJ como culpado pelos ataques, que teriam sido realizados com ajuda estrangeira. No entanto, o NTJ não reivindicou a autoria.

O ministro da Defesa disse que não foram encontradas evidências de que os terroristas envolvidos nos atentados viajaram ao Oriente Médio para lutar pelo EI.

Na noite de terça, mais pessoas foram detidas e o total de presos subiu para 58, mas outros suspeitos seguem soltos. Wijewardene pediu que as pessoas continuem alertas e que a situação deve ser controlada nos próximos dias.

Entre os presos, estão seis refugiados do Paquistão, incluindo duas mulheres e duas crianças. Há suspeita de que um dos homens-bomba visitou os refugiados antes de realizar o ataque.