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Jornalista da Irlanda do Norte é morta a tiros durante tumulto

REUTERS/Clodagh Kilcoyne -
Policiais inspecionam local aonde a jornalista Lyra McKee morreu, após ser atingida por tiros
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Uma jornalista de 29 anos da Irlanda do Norte foi morta a tiros durante um tumulto na cidade de Londonderry no fim da noite de quinta-feira, em um ataque que chocou a região e que a polícia disse ter sido realizado provavelmente por militantes nacionalistas irlandeses que se opõem ao tratado de paz de 1998 da Sexta-Feira Santa.

Os tumultos aconteceram no bairro nacionalista de Creggan após uma batida da polícia, que disse que estava tentando evitar ataques de militantes neste fim de semana. Pelo menos 50 coquetéis molotov foram atirados e dois carros incendiados.

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Policiais inspecionam local aonde a jornalista Lyra McKee morreu, após ser atingida por tiros (Foto: REUTERS/Clodagh Kilcoyne)

A jornalista Lyra McKee, de 29 anos, foi morta a tiros pouco depois de postar no Twitter uma foto da violência, que descreveu como “loucura absoluta”.

“Infelizmente, às 23h, um atirador apareceu e disparou várias vezes contra a polícia e uma jovem, Lyra McKee, de 29 anos, foi ferida” e posteriormente morreu, disse o chefe-assistente da polícia da Irlanda do Norte, Constable Mark Hamilton, a jornalistas.

McKee, que foi nomeada Jovem Jornalista do Ano pela Sky News em 2006, estava escrevendo um livro sobre o desaparecimento de jovens durante as três décadas de sectarismo na Irlanda do Norte, que chegaram ao fim com o acordo de 1998.

Ela também escreveu um livro sobre sua dificuldade em ter crescido sendo homossexual na província britânica.

A morte de McKee, descrita por sua editora Faber como uma estrela em ascensão no jornalismo investigativo, foi condenada tanto por políticos nacionalistas católicos irlandeses quanto por unionistas protestantes pró-Reino Unido.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, descreveu o ataque como “chocante e verdadeiramente sem sentido”.

“Foi um ato de ódio”, disse o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, em uma declaração em frente ao prédio do governo em Dublin. “Isto foi um ataque não apenas a uma cidadã, foi um ataque a todos nós, nosso país e nossas liberdades.”

A polícia disse que está tratando o incidente como ataque terrorista e abriu um inquérito de assassinato.