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Veja os principais cenários envolvendo o Brexit

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O que acontecerá após a terceira votação, nesta sexta-feira (29), pelo Parlamento britânico sobre o acordo de saída da União Europeia negociados pela primeira-ministra Theresa May, um texto que já foi rejeitado duas vezes?

Veja os principais cenários possíveis:

Para obter o apoio de muitos deputados conservadores que querem que ela deixe o cargo, May prometeu na quarta-feira renunciar se o acordo for aprovado.

O ex-ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, rival de Theresa May e fervoroso defensor de um Brexit sem acordo, anunciou que apoiaria o texto.

Segundo a última contagem do jornal The Sun, o número de "rebeldes" conservadores teria caído para 16. Mas a aposta de May é muito arriscada.

Seu pequeno aliado, o partido unionista norte-irlandês DUP, se recusa a dar o braço a torcer e aprovar o acordo, que permitiria uma saída tranquila da UE em 22 de maio, com um período de transição até o final de 2020.

Se os deputados rejeitarem novamente o Tratado de Retirada, Londres terá até 12 de abril para propor uma solução alternativa.

Caso contrário, o Reino Unido deixará a UE sem um acordo nessa data.

Desta forma, país encerraria 46 anos de adesão à UE, deixando o mercado único e a união aduaneira sem período de transição ou plano para a continuação da sua relação, cenário temido pelos círculos econômicos.

Os líderes da UE abriram a possibilidade de um adiamento se o acordo de retirada não for adotado e desde que haja uma mudança significativa nesse meio tempo.

Theresa May disse na quarta-feira que não será mais responsável por essas negociações. Nesse caso, caberia a outro governo reabrir as negociações com Bruxelas.

Um adiamento de longo prazo deveria ocupar todo o ano de 2019, avisou a Comissão Europeia, e deverá ser aprovado pelos 27. Também implica que o Reino Unido participe nas eleições europeias de maio.

Esse cenário, que May rejeita, não pode ser excluído em face do caos político no Reino Unido.

Segundo o Tribunal de Justiça Europeu, o Reino Unido pode decidir voltar atrás e não deixar a UE, sem a nescessidade da autorização dos outros Estados-membros.

Mas essa guinada imprevista "não é possível politicamente" sem a organização de novas eleições ou um novo referendo, segundo um membro independente da Câmara dos Lordes, John Kerr.

Novas eleições gerais poderiam ser convocadas se o Parlamento e o governo não chegarem a um acordo sobre uma solução para aplicar o Brexit.

Uma moção de censura bem-sucedida pode provocar o adiantamento eleitoral. A primeira-ministra também pode tomar a iniciativa de convocar essas eleições.