QAMISHLI - As Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos, anunciou ontem o início do "confronto final" entre seus combatentes e as células remanescentes do grupo terrorista Estado Islâmico na Síria.
"Depois de evacuar mais de 20.000 pessoas e tomar todas as medidas para poupar civis dos perigos da guerra, nossas forças começaram esta noite a lançar a batalha decisiva para acabar com o restante do grupo terrorista Estado Islâmico" publicou Mustafa Bali, porta-voz das FDS, no Twitter.
A evacuação anunciada por Bali aconteceu na última região sob controle do EI, na parte oeste da província Deir Az Zor. Segundo as FDS, a extensão do território sob controle dos extremistas tem aproximadamente 4 quilômetros quadrados e vai da vila de Baghouz à fronteira com o Iraque, com cerca de 600 combatentes - em grande maioria estrangeiros. O grupo já chegou a controlar um "califado" com um tamanho equivalente à Grã Bretanha, mas hoje ele não passa de 1% do que diziam comandar.
Para permitir a saída dos civis, os combatentes paralisaram suas ações por mais de uma semana. A retomada, segundo Bali, tem como objetivo acabar com a presença militar do EI. As FDS, lideradas por milícias curdas, foram as responsáveis pela retomada das duas principais zonas controladas pelos jihadistas - a cidade síria Raqqa e a iraquiana Mosul. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos desde o início das ofensivas curdas, em 10 de setembro, cerca de 1.279 atiradores do EI e 678 combatentes das FDS foram mortos.
As FDS possuem o suporte e a proteção dos Estados Unidos nas suas ofensivas. O presidente Donald Trump, que já anunciou que pretende retirar as forças dos EUA da Síria, disse na quarta-feira que espera que na próxima semana a coalizão liderada pelos Estados Unidos, que opera apoiando as FDS, recupere todo o território ocupado pelo grupo extremista. Bali diz que "a batalha termina nos próximos dias".