
O presidente americano, Donald Trump, aceitou fechar a sua fundação de caridade, a Trump Foundation, acusada de "persistente conduta ilegal", anunciou nesta terça-feira (18) a procuradora-geral de Nova York, Barbara Underwood.
Underwood informou que a fundação será dissolvida e seus bens serão distribuídos entre outras obras de caridade. "É uma importante vitória para o estado de direito, deixando claro que as regras são iguais para todos", afirmou a procuradora em um comunicado. Underwood acusa a fundação de ser um "modelo escandaloso de ilegalidade, incluindo uma coordenação ilegal com a campanha presidencial de Trump, além de autogestão reiterada e deliberada"."Isto é o mesmo que dizer que a Trump Foundation funcionava como um talão de cheques a serviço dos interesses econômicos e políticos do senhor Trump", afirmou no comunicado.
Underwood iniciou um processo legal contra a Trump Foundation em junho, acusando-a de "comportamento ilegal persistente".O processo, que continuará apesar da decisão de dissolver a entidade, reclama milhões de dólares em indenizações e multas, enquanto tenta proibir Trump, seus filhos Eric e Don Jr., e sua filha Ivanka, de fazer parte dos conselhos de outras instituições de caridade em Nova York.O processo pintou um quadro de uso indevido durante anos dos recursos da fundação com poucos funcionários.Os supostos abusos incluíram contribuir com dinheiro para uma campanha política da Flórida; promover os hotéis da marca Trump; resolver um processo em 2007 entre a cidade de Palm Beach e o resort Mar-a-Lago de Trump; solucionar outro processo movido por um golfista que participou de um evento de caridade patrocinado por Trump em 2012 e cobre despesas pessoais, incluindo a compra de um retrato que foi exibido em um de seus clubes de golfe.
De acordo com o processo, houve tão pouca supervisão da fundação que sua diretoria não se reúne desde 1999, apesar dos requisitos legais para uma reunião anual necessária para revisar as suas finanças.O processo civil é um dos muitos problemas jurídicos enfrentados por Trump, cuja campanha eleitoral está sendo investigada pelo promotor especial Robert Mueller por suposto conluio com a Rússia.Na semana passada, o ex-advogado pessoal de Trump Michael Cohen foi condenado a três anos de prisão por pagar com um dinheiro secreto duas mulheres que alegavam ter tido relações com Trump, entre outros crimes. Em junho, Trump classificou a ação da fundação como um "caso ridículo" impulsionado por "sórdidos democratas de Nova York" e se comprometeu a combatê-los.