Quase 2.000 pessoas foram condenadas à prisão perpétua na Turquia em julgamentos ligados ao fracassado golpe de Estado de julho de 2016 contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, informou nesta terça-feira a imprensa estatal.
Ancara acusa o pregador Fethullah Gulen, que vive no exílio nos Estados Unidos há cerca de 20 anos, de estar por trás da tentativa de golpe.
Desde o golpe fracassado, as autoridades turcas realizaram expurgos de alcance sem precedentes contra supostos partidários de Gulen, que nega qualquer envolvimento no caso. Mais de 55.000 pessoas foram presas e 140.000 demitidas ou suspensas.
Dos 289 julgamentos realizados desde a tentativa de golpe no país, 239 foram concluídos e o resultado é um total de 1.934 penas de prisão perpétua, segundo a agência estatal de notícias Anadolu.
Outras 1.123 pessoas foram condenadas a penas entre um e 20 anos de prisão, de acordo com a mesma fonte.
Um dos últimos condenados é um sobrinho de Gulen, Selman Gulen, que nesta terça-feira foi condenado a sete anos e meio de prisão por "pertencer a um grupo terrorista armado", disse Anadolu.
Os expurgos continuam mais de dois anos após o golpe fracassado.
Além daqueles relacionados, ou suspeitos de ligação com o movimento de Fethullah Gülen, os expurgos também afetaram os opositores pró-curdos e meios de comunicação, gerando críticas de países europeus e organizações que defendem os direitos humanos.
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