Milhares de pessoas se manifestaram em Bruxelas neste domingo (16) contra o pacto da ONU sobre migração, uma manifestação convocada por um grupo de extrema direita e marcada por incidentes com as forças de segurança.
A polícia contou pelo menos 5.500 participantes, concentrados na vizinhança das instituições europeias. "Nosso povo primeiro", foi lido nos cartazes. Outros slogans pediam a renúncia do primeiro-ministro belga, Charles Michel.
Depois de um começo calmo, os manifestantes começaram a lançar projéteis contra as forças da ordem e as fachadas de alguns edifícios da União Europeia (UE), informou um jornalista da AFP.
A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e jogou água para dispersar os manifestantes.
Pelo menos 90 pessoas foram presas, afirmou a agência de notícias belga. A promotoria de Bruxelas disse que seis pessoas foram indiciadas, três delas por degradar a construção da Comissão Européia e outras duas por "atos de rebelião armada".
A manifestação recebeu o apoio dos jovens do partido de extrema direita Vlaams Belang e de uma dúzia de outras organizações, principalmente flamengas.
Em outro bairro de Bruxelas, mil pessoas, segundo a polícia, participaram de uma contra-manifestação convocada por várias organizações que pedem para não estigmatizar os migrantes.
O Pacto Global para as Migrações, assinado na segunda-feira por mais de 150 países, incluindo a Bélgica, visa fortalecer a cooperação internacional para uma "migração segura, ordenada e regular" e pede, entre outros, o fim das prisões arbitrárias.
No entanto, seus detratores consideram uma forma de incentivar novos fluxos migratórios descontrolados.
O pacto provocou uma crise política na Bélgica, com a saída dos nacionalistas flamengos do partido N-VA do governo liderado pelo liberal francês Michel.