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Polícia francesa intensifica busca de suspeito do atentado em Estrasburgo

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A polícia francesa realizou uma importante operação policial nesta quinta-feira (13) no sul de Estrasburgo, onde foi visto pela última vez Chérif Chekatt, o suposto autor do atentado no famoso mercado natalino desta cidade francesa, onde três pessoas morreram.

A polícia, incluindo membros da força de intervenção de elite RAID, bloqueou várias ruas no bairro de Neudorf e vasculhou casas durante a tarde.

De carro, este distrito fica próximo ao centro de Estrasburgo, onde Chérif Chekatt, de 29 anos, teria disparado e esfaqueado vários pedestres antes de fugir de táxi.

Cerca de 48 horas após o atentado, mais 700 membros das forças de segurança francesas continuam em busca do suspeito.

A polícia de vários países europeus está junta à procura de Chekatt, oriundo de Estrasburgo, que matou três pessoas e feriu outras 13, segundo um balanço atualizado pelas autoridades francesas.

Chekatt foi ferido em um intercâmbio de disparos com soldados que patrulhavam no mercado natalino, mas conseguiu escapar e não foi visto desde então.

As autoridades publicaram na quarta-feira a foto do suposto pistoleiro, que tem antecedentes penais importantes: 27 condenações em quatro países europeus por delitos.

A polícia o descreveu como perigoso e alertou às pessoas que não tentem detê-lo.

Uma quinta pessoa foi detida nesta quinta-feira para ser interrogada, além dos pais do suspeito e dois irmãos que estão detidos desde a última quarta-feira.

O presidente francês Emmanuel Macron expressou "a solidaridade de todo o país" com as vítimas ao chegar a uma cúpula europeia em Bruxelas.

"Não somente a França foi atacada, como também uma grande cidade europeia", acrescentou. Estrasburgo acolhe a sede do Parlamento Europeu.

Essa operação acontece em meio a apelos na França para que os "coletes amarelos" não se manifestem no sábado, permitindo que a polícia possa concentrar seus esforços na busca de Chekatt.

O porta-voz do governo francês, Benjamin Griveaux, pediu aos manifestantes "que sejam razoáveis e não protestem".

O governo "ouviu e respondeu à revolta" expressada nos protestos, completou Griveaux, em referência às medidas anunciadas na segunda-feira pelo presidente Emmanuel Macron para aumentar o poder de compra dos assalariados e aposentados mais pobres.

"Não é razoável se manifestar, porque as forças de segurança foram muito mobilizadas nas últimas semanas e, depois do atentado de Estrasburgo, seria desejável que cada um pudesse ter um sábado tranquilo, antes das festas de família de fim de ano, ao invés de protestar e mobilizar novamente as forças de segurança", disse o porta-voz.

"Podemos ver a extrema fadiga dos policiais", ressaltou, por sua vez, o chefe do sindicato CFDT, Laurent Berger, dizendo que "seria de bom tom não sobrecarregar os agentes".

A busca por Chekatt é ainda mais complicada levando em conta a localização de Estrasburgo, que fica no centro da Europa ocidental. Dessa cidade se pode chegar facilmente a Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo de carro ou de trem.

A Suíça, 130 quilômetros ao sul de Estrasburgo, também reforçou suas medidas de segurança na fronteira. Mesma medida adotada pelas autoridades italianas, que optaram por "reforçar ao máximo os controles preventivos", especialmente em locais frequentados por muitas pessoas.

Em dezembro de 2016, o tunisiano Anis Amri, que deixou 12 mortos e 48 feridos em um ataque no mercado de Natal de Berlim, foi morto alguns dias depois, durante um controle policial em Milão. Mas, ao contrário de Amri, que esteve na Itália, ainda não foi estabelecida nenhuma ligação entre Cherif Chekatt e este país.

Nascido em Estrasburgo e fichado por sua radicalização islâmica, Cherif Chekatt, de 29 anos, tem uma longa ficha criminal, com 67 registros, incluindo 27 condenações na França, Alemanha e Suíça por crimes de direito comum.

O aviso de "procura-se" descreve um "indivíduo perigoso" de 1,80 m, "corpo normal" e com uma "marca na testa".

O homem é suspeito de ter atirado contra transeuntes na terça-feira à noite no centro histórico de Estrasburgo, quando o mercado de Natal estava fechando. Ele então trocou tiros com a polícia, que feriu seu braço.

Em circunstâncias ainda pouco claras, o agressor conseguiu pegar um táxi para o bairro de Neudorf, onde um novo tiroteio com a polícia ocorreu até que ele desaparecesse.

Testemunhas ouviram Cherif Chekatt gritar "Alá é grande".

O mercado de Natal de Estrasburgo, que atrai dois milhões de turistas todos os anos, segue fechado nesta quinta-feira e todas as luzes da cidade foram apagadas.