Uma italiana que foi desfigurada com ácido pelo marido divulgou neste domingo (25) uma carta enviada pelo papa Francisco no dia 11 de junho, na qual o líder católico pedia "desculpas" pelo ataque.
"Peço desculpas e rezo para que a coragem que a devolveu singular beleza se torne um tapa à indiferença", escreveu Francisco à Filomena Lamberti.
O caso da italiana, porém, foi apenas mais um ato de violência contra a mulher, um fenômeno trágico que ocorre em todo o mundo.
Para conscientizar sobre os crimes, ontem, (25), foi celebrado o "Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres", estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Em Roma, cerca de 150 mil pessoas percorreram as principais ruas da capital e levaram mensagens como "contra a discriminação e a violência" à mulher.
Já na Espanha dezenas de milhares de pessoas marcharam em mais de 40 cidades para celebrar a data, enquanto no Brasil o governo federal lançou a campanha "#VcTemVoz" para incentivar as mulheres a denunciarem os crimes. De acordo com um relatório publicado ontem pela ONU, 137 mulheres são assassinadas diariamente - uma média de seis vítimas por hora -, por crimes cometidos pelos companheiros, ex-maridos ou familiares, quase sempre homens. "No mundo todo, em países ricos e pobres, em regiões desenvolvidas e em desenvolvimento, um total de 50 mil mulheres são assassinadas todo ano por companheiros atuais ou passados, pais, irmãos, mulheres, irmãs e outros parentes, devido ao seu papel e a sua condição de mulher", denunciou o relatório.
Com o objetivo de incentivar a reflexão sobre a situação da violência na qual vive parte considerável das mulheres do mundo, o "Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres" foi instituído em 1999. No ano passado, mais de 82 mil mulheres relataram algum tipo de violência no Brasil por meio do "Ligue 180".