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BCE diz que recentes eventos mostram perda de dinamismo, mas não afetam juros

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O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Peter Praet, disse nesta segunda-feira que os recentes acontecimentos apontam para alguma perda de dinamismo do crescimento da zona do euro, mas, ainda assim, o dirigente destacou que precisariam de grandes mudanças nos cenários para não cumprir diretrizes de juros. A instituição tem afirmado que os juros devem subir no verão europeu de 2019.

Entre os sinais de preocupação estão a guerra comercial entre os EUA e China, incertezas com a aprovação final do acordo do Brexit e situação fiscal na Itália, embora um "contágio com a situação italiana até agora tem sido muito limitada". Ainda assim, "ainda que equilibrados, os riscos para o crescimento aumentaram notavelmente", apontou o economista-chefe, reafirmando que ainda é necessário estímulo significativo à política monetária.

Segundo Praet, os dados preliminares mostram que o PIB real da zona do euro aumentou 1,7% em termos homólogos no terceiro trimestre de 2018, face a 2,2% no segundo trimestre. Mas, "embora os indicadores de atividade e de sentimentos tenham abrandado perceptivelmente em relação às suas máximas anteriores, eles permanecem em território expansionista", destacou Praet.

"Esta é a situação que esperamos que seja apoiada por condições favoráveis, bem como pelo robusto mercado de trabalho", acrescentando que todos os instrumentos de política monetária podem ser ajustados conforme necessário.

O dirigente afirmou que a expectativa do BCE é de uma liquidação gradual das compras líquidas de ativos, sujeitas a dados que "confirmem nossas perspectivas para a inflação". " Acreditamos que o tempo necessário para assegurar a continuação da convergência sustentada da inflação para níveis abaixo, mas próximo de 2% é no médio prazo".

Além disso, Praet reafirmou que a intenção da instituição é de reinvestir os principais pagamentos de vencimentos de títulos adquiridos pelo programa de compras de ativos "por um longo período de tempo após o fim de nossas compras de ativos líquidos em dezembro e, em qualquer caso, por quanto tempo for necessário para manter a liquidez favorável e um amplo grau de acomodação monetária", visando a convergência da inflação.