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Minorias ganham espaço e renovam Partido Democrata

Legenda elegeu as primeiras muçulmanas e congressista mais jovem

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O Partido Democrata não conseguiu o "tsunami" eleitoral que esperava no pleito de meio de mandato, mas pode comemorar a retomada do controle da Câmara dos Representantes e as vitórias de candidatos que devem acelerar a renovação da legenda em vista das eleições de 2020.

Em 2016, o partido apostou em Hillary Clinton, uma política amplamente identificada com o establishment de Washington, mas padeceu perante o discurso antissistema do republicano Donald Trump. Em 2018, no entanto, os democratas alcançaram alguns resultados inéditos:

Primeiro governador gay

O representante democrata Jared Polis venceu o republicano Walker Stapleton por 51,6% a 45% e foi eleito governador do Colorado, um dos estados mais disputados do país. Ele será o primeiro político assumidamente gay na liderança de um governo estadual.

"Nesta noite nós provamos que o Colorado é um estado inclusivo que valoriza cada contribuição, independentemente da orientação sexual e da identidade de gênero", disse Polis em seu discurso de vitória. O Partido Democrata também candidatou uma transgênero, Christine Hallquist, ao governo de Vermont, mas ela acabou derrotada por 55,4% a 40,5% pelo republicano Phil Scott.

Congressista mais jovem

Negra, latina e socialista, Alexandria Ocasio-Cortez, 29 anos, já havia chacoalhado o establishment democrata ao derrotar o veterano Joe Crowley, cotado como possível presidente da Câmara, nas primárias do Bronx, em Nova York.

Nas eleições desta terça-feira (6) ela confirmou sua ascensão com um apoio massivo em seu distrito, alcançando 78% dos votos. Ela será a mulher mais jovem na história a ocupar um assento na Câmara. Ocasio-Cortez ainda está pagando por seu financiamento universitário e até pouco tempo atrás não tinha seguro-saúde.

Ela se tornou o principal rosto do movimento de renovação no Partido Democrata, que se apoia em mulheres e minorias para tentar levar a legenda mais para a esquerda.

Primeiras mulheres muçulmanas no Congresso

O partido também elegeu as duas primeiras muçulmanas para a Câmara dos Representantes: Rashida Tlaib, filha de palestinos e eleita por um distrito do Michigan; e Ilhan Omar, ex-refugiada somali-americana eleita por um distrito de Minnesota.

Omar também será a primeira adepta do hijab, o véu islâmico, no Congresso. "Nós conseguimos, juntos. Obrigado!", escreveu a somali-americana no Twitter.

Primeiras indígenas

A procuradora Sharice Davids conquistou o assento do republicano Kevin Yoder na Câmara e se tornou a primeira representante de povos nativos a ganhar uma vaga no Congresso. Ela é membro da etnia Ho-Chunk, tribo que habita os estados de Wisconsin e Nebraska.

Davids, que se identifica como lésbica, será seguida por Deb Haaland (Novo México), integrante do povo Laguna Pueblo.

Mulheres

Segundo projeções da "CNN", as mulheres ocuparão 96 dos 435 assentos da Câmara dos Representantes, batendo o recorde anterior, que era de 85. Desse total, 31 iniciarão seu primeiro mandato.

A onda feminina não ficou restrita aos democratas, já que os republicanos conseguiram eleger a primeira mulher senadora no estado do Tennessee (Marsha Blackburn) e a primeira governadora da Dakota do Sul (Kristi Noem).

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