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Ataque em escola da Crimeia deixa 19 mortos e 53 feridos

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Um estudante abriu fogo nesta quarta-feira em uma escola técnica de Kerch, na Crimeia, matando dezoito pessoas e deixando 53 feridos, a maioria adolescentes, antes de ser morto.

O primeiro-ministro, Serguei Aksionov, disse em entrevista coletiva que o ataque deixou 18 vítimas fatais, além do agressor, identificado como Vladislav Rosliakov.

Aksionov acrescentou que outras 53 pessoas ficaram feridas, doze em estado crítico.

O ataque, que foi seguido por uma explosão no interior do prédio, aconteceu no início da tarde nesta cidade da península ucraniana, anexada pela Rússia em 2014.

A princípio, Aksionov informou que "o autor do ataque cometeu suicídio com uma arma", mas na coletiva disse que o corpo do estudante "foi encontrado na biblioteca" com impactos de bala.

Segundo Aksionov, o agressor de 18 anos "não tinha antecedentes criminais".

As vítimas do ataque foram mortas por tiros, informou o Comitê de Investigação russo, que até agora só mencionara a explosão de um "artefato não identificado".

Imagens das câmeras de segurança e postadas na internet mostravam um jovem armado com fuzil chegando ao estabelecimento. De cabelo curto, vestia camisa branca e calça preta.

A motivação do massacre ainda não foi revelada. Segundo Aksionov, o agressor, que estudava com bolsa de estudos, nunca havia sido agressivo no colégio.

Antes de o ataque se reclassificado como "assassinatos", uma investigação foi aberta por "ato terrorista".

"Não foi um ato terrorista (...) foi um assassinato em massa, obra de um único indivíduo", afirmou Aksionov.

Antes da informação sobre tiros, as autoridades haviam anunciado que um artefato explosivo não identificado e repleto de objetos metálicos havia sido detonado na cantina do colégio politécnico de Kerch.

O comitê nacional antiterrorista russo também citou um "artefato explosivo não identificado".

As primeiras imagens da televisão mostraram as equipes de resgate levando as vítimas para ambulâncias improvisadas.

"As vítimas são levadas em veículos comuns, em ônibus, ambulâncias. São crianças e trabalhadores", disse um homem coberto de sangue a um canal de TV local. A testemunha também citou "tiros".

"Ouvi tiros no primeiro andar. Todos corremos para o corredor, onde as pessoas corriam e gritavam que um homem com uma metralhadora disparava contra todos", relatou um estudante do estabelecimento, que pediu anonimato.

"Então houve uma grande explosão, mas felizmente eu já estava fora. Vi como a explosão quebrou as janelas", acrescentou ele por telefone, ainda muito afetado, acrescentando que "não havia macas suficientes".

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou condolências aos parentes das vítimas em um comunicado.

Putin está em Sochi, às margens do Mar Negro, onde recebe nesta quarta-feira o presidente egípcio Abdel Fattah al Sisi.

"Há algumas horas, aconteceu um evento trágico em Kerch. Pessoas morreram e outras ficaram feridas. Apresento minhas condolências às famílias das vítimas", declarou Putin.

O primeiro-ministro Aksionov anunciou no Facebook três dias de luto na península. Ele pediu doações de sangue para os feridos.

O ministério Situações de Emergência declarou estado de emergência em Kerch e anunciou no Twitter o envio de três helicópteros com equipes médicas, assim como um avião.

As Forças Armadas russas, citadas pelas agências de notícias, anunciaram o envio de 200 militares. A imprensa local exibiu imagens de blindados e soldados nos arredores de Kerch.