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Ativistas contra a violência sexual vencem o Nobel da Paz de 2018

AFP PHOTO / AFP PHOTO AND GETTY IMAGES NORTH AMERICA / JOEL SAGET AND MARK WILSON -
O ginecologista congolês Denis Mukwege e Nadia Murad, defensora da comunidade Yazidi no Iraque e sobrevivente da escravidão sexual pelos jihadistas do Estado Islâmico
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Dois ativistas, um homem e uma mulher, que lutam contra a violência sexual como arma de guerra e instrumento de submissão social, foram escolhidos pela academia norueguesa como os vencedores do Prêmio Nobel da Paz em 2018.

O anúncio foi feito nessa sexta-feira, 5, em Oslo, na Noruega, e confirma a ascensão do tema da violência contra as mulheres e da igualdade de gêneros como uma das preocupações maiores da época contemporânea.

Os escolhidos foram o médico congolês Denis Mukwege e Nadia Murad, mulher da minoria yazide transformada em escrava sexual pelo grupo Estado Islâmico durante a ocupação de territórios da Síria e do Iraque pelo movimento terrorista muçulmano.

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O ginecologista congolês Denis Mukwege e Nadia Murad, defensora da comunidade Yazidi no Iraque e sobrevivente da escravidão sexual pelos jihadistas do Estado Islâmico (Foto: AFP PHOTO / AFP PHOTO AND GETTY IMAGES NORTH AMERICA / JOEL SAGET AND MARK WILSON)

Ambos foram recompensados "por seus esforços para colocar fim ao emprego das violências sexuais como arma de guerra", segundo o comunicado do júri de Oslo.

A distinção de dois ativistas da questão de gênero mostra a força da mobilização internacional gerada desde 2017 em torno do tema da violência cometida contra as mulheres.

Por trás da escolha da Academia, estão também a campanha #MeToo, que trouxe à tona a extensão do problema das agressões sexuais e do assédio às mulheres, assim como uma reação do mundo acadêmico nórdico ao escândalo que abalou a própria credibilidade do Nobel, e que envolveu casos de omissão de membros da academia sueca responsável pela entrega do Prêmio Nobel de Literatura - cancelado em sua edição de 2018.