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Governo italiano diverge sobre 'renda de cidadania'

Liga e M5S têm estimativas diferentes sobre recursos necessários

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Celebrada pelo governo da Itália, a "renda de cidadania" virou motivo de divergências entre os dois partidos da base aliada.

Enquanto o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), autor do programa, diz que haverá 10 bilhões de euros para financiar a iniciativa em 2019, o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, da ultranacionalista Liga, fala em uma cifra menor: 8 bilhões de euros.

A renda de cidadania prevê o pagamento de um benefício mensal, uma espécie de "bolsa família", para cidadãos de baixa renda ou desempregados e é o principal motivo de o governo ter decidido aumentar o déficit para 2,4% do PIB em 2019, alarmando a União Europeia.

"Na lei orçamentária, haverá 16 bilhões de euros para as duas intervenções principais: renda de cidadania e abolição da Lei Fornero [reforma previdenciária da Itália]. Se a matemática não é uma opinião e se há 7 ou 8 bilhões de euros para a Fornero, haverá 8 bilhões para a renda de cidadania", declarou Salvini.

A abolição da Lei Fornero prevê a introdução da chamada "cota 100" no sistema previdenciário, permitindo que o trabalhador se aposente quando atingir 100 anos na soma de sua idade com o tempo de contribuição.

No entanto, dirigentes do M5S reafirmaram que a renda de cidadania custará 10 bilhões de euros em 2019, sendo 9 bilhões para o benefício e 1 bilhão para a criação de centros de emprego. "Era cedo, talvez Salvini estivesse confuso", ironizou Stefano Buffagni, subsecretário do Ministério de Assuntos Regionais.

Segundo o primeiro-ministro Giuseppe Conte, a renda de cidadania tirará 5 milhões de pessoas da linha da pobreza. Levando em conta a estimativa mais otimista, de 9 bilhões de euros, o benefício médio mensal seria então de 150 euros por pessoa.

O Instituto Nacional de Estatística (Istat) considera "pobre" um indivíduo com rendimento médio entre 548 e 816 euros, dependendo da região do país onde ele vive.

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itália