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Pressão do PT faz Freixo balançar à frente dos Direitos Humanos da Alerj

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A permanência do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) à frente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) está bastante ameaçada, segundo admite o próprio.

Apesar da versão mais comentada, alvo de intensa mobilização nas redes sociais, se referir a um capricho do presidente da casa, Paulo Melo (PMDB), há no PSOL quem aposte que, na verdade, a campanha contra ele parte de segmentos do PT.

Freixo não descarta a possibilidade de perder o cargo como uma punição por não votar em Melo, que deve disputar a presidência com o também peemedebista Domingos Brazão. No entanto, faz uma ressalva: "da última vez eu também não votei nele e não me tiraram". Por isso, ganha corpo a ideia de que a relevância conquistada pela Comissão de Direitos Humanos nos últimos anos incomoda, e muito, aos petistas.

Tudo porque a defesa dos direitos humanos e a ligação com os movimentos sociais sempre foram bandeiras históricas do PT, que vê seu espaço nestes importantes segmentos de base rapidamente serem ocupado pelos psolistas. A preocupação, em boa parte, se relaciona às última eleições.

Nela, o PSOL igualou a sua bancada de vereadores à dos petistas. Além disto, o apoio de muitos militantes à campanha de Freixo criou certos constrangimentos no partido do presidente Lula, que apoiou oficialmente Eduardo Paes (PMDB).

Não bastassem estes argumentos, há ainda o de o PT comandar a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, com Zaqueu Teixeira, e a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, Inês Pandeló. A deputada, aliás, é a mais cotada para assumir a CDH.

Freixo relativiza a importância do posto: "Vou continuar trabalhando com direitos humanos sem a comissão do mesmo jeito. A estrutura que temos é mínima, o que eu perco, na realidade, é apenas a possibilidade de marcar audiências públicas". 

Ele aproveita para mandar um recado ao PMDB: "Eu não vou negociar espaço. Não vou apoiar ninguém para ter comissão, nem trocar voto por cargo".