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CNC: confiança dos empresários do comércio tem primeira alta em dez meses

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Após registrar o piso histórico no último mês de julho, em agosto o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cresceu 2,0% em relação ao mês anterior na série com ajuste sazonal, registrando o primeiro resultado positivo desde novembro do ano passado. 

A variação do mês foi impulsionada pelo comportamento das expectativas (+4,3% sobre julho) e pelo aumento nas intenções de investimentos (+0,9%). Por outro lado, a percepção das condições correntes voltou a recuar no comparativo mensal (-0,4%). Mesmo após um bimestre fraco em junho e julho, a maior retração nesse subíndice deu-se na avaliação das condições correntes do setor comercial (-2,3%). Na comparação com agosto de 2013 houve nova queda (-7,2%) – a décima terceira seguida. 

ICAEC: Piso histórico 

O subíndice que mede a avaliação das condições correntes (ICEAC) registrou queda de 0,4% na passagem de julho para agosto. Com esse resultado, o indicador acumulou sete retrações seguidas na comparação mensal atingindo o menor nível em toda a sua série histórica. Em relação a agosto de 2013 houve queda de 9,1%.

A queda do ICAEC em agosto decorreu, principalmente, do recuo no nível de satisfação das condições atuais do comércio (-2,3%). Para 62,1% dos empresários pesquisados as condições atuais do setor estão piores que há um ano. O Sudeste (68,6 pontos) e o Sul (72,9 pontos), regiões com pior desempenho de vendas ao longo do ano corrente, são aquelas que apresentam os menores níveis de satisfação. 

Mesmo após um bimestre de desempenho fraco em vendas, por conta da queda na atividade comercial decorrente da Copa do Mundo, não houve recuperação na percepção das condições correntes do setor. Em relação ao final do ano passado, o volume de vendas do varejo acumulou retração de 0,8% nos seis primeiros meses de 2014, fato inédito desde 2003. 

IEEC: Expectativas melhoram 

Ao variar +4,3%, o subíndice de expectativas (IEEC) foi o maior responsável pela alta mensal do ICEC  em agosto. Esse resultado representou a primeira  variação positiva do IEEC após nove meses de  quedas. Ainda assim, quando comparado ao nível  de otimismo de agosto de 2013, nova queda (-6,6%), porém com a menor variação dos últimos seis meses. As regiões Sul (136,4 pontos) e Sudeste (135,2 pontos), ainda influenciadas pelos resultados relativamente mais fracos do varejo em 2014, seguem como as menos otimistas nos três itens que compõem o IEEC. 

Os três componentes do IEEC registraram altas entre julho e agosto, destacando-se a elevação na perspectiva de desempenho econômico para os próximos meses (+5,5%). A melhoria marginal das condições correntes pode estar associada às sequências de deflação dos preços no atacado e de desaceleração dos preços no varejo registrada nos últimos meses. Entretanto, em relação ao nível verificado um ano atrás, todos os quesitos avaliados apresentaram quedas, novamente, sobressaindo-se as expectativas quanto ao desempenho da economia em geral (-8,9%). 

Nessa base comparativa, o menor otimismo em relação ao PIB por parte dos empresários tem acompanhado o contínuo reajuste no comportamento esperado para economia brasileira em 2014. De acordo com o boletim semanal Focus do Banco Central, a mediana das expectativas em relação ao PIB recuou de 2,5% para 0,8% nos últimos doze meses. 

IIEC: Mais da metade deverão contratar moderadamente 

Embora 67,7% pretendam investir em contratação nos próximos meses, mais da metade dos empresários do comércio (52,4%) devem fazê-lo de forma moderada. Essa forma de investimento foi a que apresentou maior aumento de intenção em relação ao mês anterior. Entretanto, assim como nossubíndices relativos à situação corrente e às expectativas, os três quesitos do IIEC recuaram no comparativo anual. Em agosto de 2013, por exemplo, mais de ¾ dos empresários (75,2%) estavam dispostos a ampliar a contratação de funcionários. 

O investimento em máquinas e equipamentos foi o quesito que registrou a maior retração anual (-10,2%) dentre todos os componentes do ICEC, reflexo não apenas da recente desaceleração das vendas mas, também, do maior custo de captação de recursos livres no mercado de crédito, cuja taxa passou de 19,4% ao ano para 22,6% em um ano, segundo os últimos dados divulgados pelo Banco Central do Brasil. 

Novamente, as regiões Sul (104,4 pontos) e Sudeste (100,2 pontos) concentram os Estados com menor propensão à materialização de investimentos nos próximos meses, situação consistente com o crescimento das vendas (+4,4% e +4,5%, respectivamente) aquém da média nacional (+5,0%) ao longo de 2014.

Para a CNC, embora o resultado positivo de agosto não sinalize necessariamente uma tendência de retomada no nível de confiança, a melhoria nas expectativas para os próximos meses pode estar associada ao menor nível de inflação dos últimos meses e, consequentemente, a sua contribuição para um quadro mais favorável para o setor até o final. Ainda assim, em relação a 2013 todos os componentes do Icec registraram quedas.