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Brasil e Bélgica, entre os dois países, o coração da princesa Alix balança

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AMANHÃ NÃO será um dia fácil para a brasileira belga (ou será belga brasileira?), princesa Alix de Ligne. Tetraneta de dom Pedro II, nascida, criada e crescida num país onde o futebol é paixão nacional, a Bélgica (!), escolheu morar no seu outro país, onde o futebol também domina todas as paixões, o Brasil. 

APAIXONADA, ELA mesma, pelo esporte, viveu sonhando com uma final da Copa do Mundo Brasil x Bélgica”, não com uma quarta de final. Mas já está preparada para ela. Alix vive no Brasil há dois anos, no Rio de Janeiro, onde assistirá ao jogo com a família, que é grande, vestida com a camiseta de um país, e com as cores de seu outro país no arranjo da cabeça. “E que vença o melhor, com o futebol mais bonito, sem muitas faltas”, diz, com a boa diplomacia que só a nobreza confere. 

A PRINCESA ALIX tem seus jogadores preferidos na Seleção Belga: “São Kevin de Bruyne, Eden Hazard e Romelu Lukaku”. Na Seleção do Brasil, cita “o herói do país, Neymar, e o Felipe Coutinho, admirável”. Alix só espera que não dê empate. Descreve a Bélgica como uma Nação torcedora, tal e qual é o Brasil. “O povo lota os estádios de futebol, igual aqui”. Ela conhece bem os costumes do Brasil, pois desde sempre passou, todos os anos, um mês entre nós, visitando a família de sua mãe.

A PRINCESA BELGA do Brasil nasceu no castelo de 300 anos de sua família paterna, em Beloeil, onde também se casou, usando como véu a renda que cobriu o berço do rei de Roma. Seu casamento, há dois anos, com o conde Guillaume de Dampierre, atraiu as casas reais mais importantes da Europa. Da Rainha da Bélgica, Matilde, aos tios dos noivos, os grãos-duques de Luxemburgo, os príncipes da Baviera, os príncipes de Luxemburgo, os Habsburgo, todos os Orléans e Bragança, não fosse a mãe de Alix, a brasileira princesa Tutti de Ligne, casada com o príncipe Michel de Ligne, também é princesa de Orléans e Bragança, filha do príncipe dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança e da princesa dona Maria da Baviera. Dom Pedro Henrique, neto da Princesa Isabel, seria o Rei do Brasil, se a monarquia fosse restaurada em nosso país.

COMPREENDE-SE O prestígio dos príncipes de Ligne junto à realeza. A família existe desde antes da fundação da Bélgica. É curioso que o tio materno de Alix, Antonio, casou-se com Cristine de Ligne, tia materna de Alix. Um clássico casamento da nobreza, entre dois casais de irmãos, como era comum acontecer nas alianças políticas de reinos no passado. A tradição do casamento entre nobres se manteve muito tempo. Na Inglaterra, ela foi quebrada com o casamento do príncipe Harry e a plebeia Meghan Markle, outra raça, outra religião. Quebra total de parâmetros. 

OS ORLÉANS E BRAGANÇA são nobres democratas, descontraídos, muito admirados e queridos pelos brasileiros, apesar de o Brasil ser totalmente republicano. Nossos príncipes foram pioneiros nos casamentos com plebeias ou plebeus. E com sucesso. Dom Eudes com Mercedes, dom Alberto com Maritza, dom Francisco, o Chico, com Cláudia e, agora, com Veruska, dom Fernando com Graça, dando o belo exemplo de que o “sangue azul” dos nobres, quando corre e faz palpitar o coração mais forte, é vermelho como os dos mais simples mortais.

FORMADA EM Engenharia de Produção, os estudos da princesinha Alix de Ligne, que além de belga e brasileira é bonita, uma BBB em que a sigla não pega mal, foram feitos parte na Bélgica e parte no Japão, pelo desejo de ampliar seus conhecimentos sobre a cultura asiática, pois as culturas europeia e latino-americana, já conhecia. Casada, optou por viver a experiência brasileira. Graças a isso, o Marketing da H. Stern pode se vangloriar de contar com a princesa de Ligne em sua equipe très chic. Guillaume de Dampierre é consultor estratégico de empresas. 

ALIX, A PRINCESINHA dos dois passaportes, da nacionalidade dupla, que sabe cantar de cor os dois hinos, ama o futebol tão perdidamente que no dia de seu casamento, dia também de uma final de Copa da Europa, com a Bélgica jogando contra a Suécia, ela fez armar um telão no salão da festa, com direito a bandeirinhas para os torcedores. E a Bélgica venceu. “Ela sempre ganha nos meus dias”, diz Alix, que faz uma pausa e prossegue: “e ontem eu fiz aniversário”, deixando no ar o suspense... 

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FALECEU O REI do show business brasileiro por 40 anos, enquanto se manteve aberto o seu Canecão, o grande Mário Priolli. Deslocou o fêmur, foi internado numa UPA em Cabo Frio, mas não conseguiu resistir. Os amigos estão desolados. Merecia ser velado na Câmara Municipal.

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Com João Francisco Werneck