ASSINE
search button

Taís Araújo relembra Helena, de Manoel Carlos: "Trauma"

Ela lembrou sua protagonista que sofreu duras críticas em 2009: "Pensei: minha carreira acabou"

Compartilhar

Taís Araujo estava estudando em Paris quando recebeu uma ligação de Manoel Carlos convidando-a para ser a primeira Helena negra de suas novelas, em "Viver a vida", de 2009. "Larguei tudo e voltei. Ou seja, não aprendi francês e ganhei outro trauma, a Helena. Não chegou a ser um trauma, mas é uma puta frustração. Era a primeira Helena negra das novelas e ela tinha que ser um arraso. Mas, dramaturgicamente, era fraca, sem conflitos, tinha a vida ganha. Se eu tivesse forças, teria a transformado numa vilã. Mas estava tão abalada com as críticas, tão frágil, que não tinha forças para pensar. Entrei de cabeça na tristeza e lá fiquei por uns dois anos. Pensei: ‘Minha carreira acabou’", lembrou ela, em entrevista à revista Marie Claire

"No meu único dia de folga, estava tomando um sorvete e uma senhora virou e disse: ‘Posso te falar uma coisa? Quando falar algo na novela, pensa no que você está falando porque a gente não acredita no que você fala’. A mulher acabou comigo... Eu estava tão cagada que só consegui responder: ‘Pode deixar’. A novela das 8 é Copa do Mundo, né? Todo mundo acha que sabe fazer. Hoje, olhando com distanciamento, vejo que a Helena foi importante. Mudou minha vida. Me mostrou que tipo de atriz eu queria ser e que tipo de papéis não queria mais. Foi aí que comecei a produzir teatro, a buscar obras de muita qualidade artística", disse.

Na mesma entrevista, Taís falou sobre sua relação com o marido Lázaro Ramos e a admiração pela história dele. "Quando ele fala da mãe, dona Célia, não me seguro. Foi um pecado ela não ter visto o filho bem assim", falou, entre lágrimas. "Nunca imaginaria que o menino que vivia no aperto viraria um dos maiores atores do país. Eu tive uma família economicamente forte, pude tudo. Meu sonho era ser diplomata, o Lázaro, quando criança, nem devia saber o que era isso. Acho uma sacanagem a mãe dele não estar aqui para ver o que ele virou. Quando a gente comprou a casa onde moramos, ele fez questão que tivesse piscina. O sonho dele era esse, o meu não, porque tive uma e sei que quase não se usa. Construímos a piscina e reformamos a casa toda. Numa das visitas à obra, eu e ele passamos pelo quarto de empregada e ele me disse: ‘Eu saí daqui’. Meu coração ficou do tamanho de uma azeitona. É triste, mas é linda a história dele... Ele é lindo. Me apaixono todo dia", declarou.