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Luan Santana: "Temos de colocar filhos no mundo para passar valores de amor"

À coluna, antes de cantar em Vila Velha (ES), ele foi tácito: "Jade será a mãe dos meus herdeiros"

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Ainda não sumiu da memória deste que vos escreve o dia em que Luan Santana, nos idos de 2009, subiu  num palco de Campo Grande para gravar seu primeiro DVD, estofado pelo hit "Meteoro". À época, ele já falava de amor, num papo de "te dei o Sol, te dei o mar para ganhar seu coração". Mas ainda não tínhamos os cabelos trançados e a barba de hoje, nem o rebolado e o olhar sedutor. Os melismas, então, nem se fala. De lá para cá, e lá se vai quase uma década, Luan seguiu uma estatística ascendente no showbiz tupiniquim, entrando numa seara que apenas nomes como Ivete Sangalo e Roberto Carlos conseguiram: longevidade, umas pequenas escoriações causadas pela indústria da fofoca e uma série de hits coesos. Com um agravante em relação aos demais: Luan cresceu à vista de seus mais de 13 milhões de seguidores. Vimos sua voz engrossar, sua barba aparecer e até o ombro espaçar. Uma puberdade mainstream.

De modo que o menino cresceu, não há como negar. Aos 26 anos, Luan cabe tanto nas gavetas de sexy symbol, quanto na de showman. O segundo frame de "Acordando o prédio", seu mais recente clipe, gravado em Cuba, confirma isso. De trança samurai, músculos de fora, mordida de lábio e olhos revirados, ele, numa cama de hotel, dá jus ao título da canção com uma morena de sutiã, no seu colo.  "A letra é ousada, mas primamos em misturar humor para que não explorasse o apelo sexual. Gostei do resultado. Sem falar que gravar em Cuba, pedindo emprestado aquela alegria do povo e o colorido da Ilha", lembra. Palavras de um cara preocupado em passar a imagem de bom moço - até porque, como eu disse, o menino de Campo Grande ainda não sumiu da nossa memória. "Quero fazer música de qualidade e nunca, nunca mesmo, cantar fazendo apologia a bebidas ou algo que fira a figura feminina", faz questão de dizer.

Apesar de garantir que amadureceu "na imagem e no som", Luan gosta de carregar a etiqueta do amor. "Sou essencialmente romântico e isso me deixa realizado, em especial porque o público tem me acompanhado", explica. E, com essa segurança, ele vai brincando e salpicando seu sertanejo, que ganhou toques de bolero (em "Fantasma" - ft. Marília Mendonça) e, mais recentemente, de batidas mais frequentes no POP. "Num país em que, graças a Deus, a miscigenação é a nossa maior característica e, por consequência, temos uma linda mistura de ritmos e gêneros, não poderia haver rótulos para nada. Música é música. Não gosto de rótulos, gosto de fazer o que o meu público gosta, de cantar com o que vem da alma", diz, insistindo: "Gosto de beber da fonte do romantismo e de música com conteúdo".

Luan conversou com a coluna na semana em que está engrenando a nova turnê, "1977". Depois de shows em São Paulo e no Rio, ele chega ao Centro de Eventos do Shopping Vila Velha, no Espírito Santo, no próximo sábado (29). O show preza pela mesma concepção do DVD, do cenário ao repertório, repetindo a ideia de galpão de uma fábrica dos anos 70 como parte cênica. No setlist, faixas do DVD, como “Amor de Interior”, “Acordando o prédio”, “Estaca Zero”, “Fantasma”, “Dia, Lugar e Hora”  e “Mesmo sem estar”; além de uma sequência old school:  "Cantada”, ”Bailando”,  “Eu não merecia isso”, ”Tudo o que você quiser”,  “Sogrão Caprichou” e por aí vai. Trata-se, portanto, de um investimento pesado mesmo com a economia receosa. "Houve respingos da crise em todas as áreas, creio, mas sou de um mercado em que é possível se adaptar e, literalmente, cantar conforme a música. Estou no mercado há 10 anos e conhecemos todos os contratantes. O importante, em época de crise, é ter parcerias", conta.

Paralelamente a carreira de vento em popa, portanto, Luan pensa em...casamento e filhos. "A Jade (Magalhães, sua namorada) é para casar. Sinto que ela vai ser a mãe dos meus filhos. São mais de sete anos de namoro entre idas e vindas. Estamos mais maduros e é natural. Penso em casar como manda a tradição", revela. O que nos leva a pensar, logo: um menino novo, colocando um filho nesse mundo entranhando de machismo, violência, corrupção e intolerância não dá medo? "Olha, temos de colocar filhos no mundo para passar os valores de amor, solidariedade e paz. São os mesmos que eu recebi dos meus pais".

Revelando que gravará um DVD comemorativo aos 10 anos de carreira no Nordeste, Luan aceita, como saideira, responder perguntas de seus fãs, repassadas pela coluna. O resultado é o Luan que vemos por aí: o bom moço romântico. É que, meus amigos, não tem jeito: há coisas que não mudam. Nem que se passem dez anos.

HT: T de Temer ou de Trump?

LS: De T de território nacional. Brasil no corpo e na alma.

HT: Jade com lingerie branca ou preta?

LS:  Amo ver a minha namorada com lingeries elegantes e sensuais. Só não vermelha.

HT: Um relacionamento que acorda o prédio ou um que fica contemplado a lua, você, ela e o mar?

LS: Um relacionamento que acorda o prédio em todas as fases da lua.

HT: Complete a frase: quando eu tiver 30 anos quero estar...

LS: Cantando cada vez mais para o meu público.

HT: O que é pior: só 15 pessoas irem ao seu show ou acordar delatado pela Odebrecht?

LS: O melhor dos mundos é saber que isso nunca vai acontecer. 

SERVIÇO

O que: show da turnê "1977", de Luan Santana

Quando: dia 29 de abril, às 21h

Onde: Shopping Vila Velha (Av. Luciano das Neves, 2418 - Centro de Vila Velha, Vila Velha - ES)

Venda de ingressos: httpss://www.blueticket.com.br/19018/Luan-Santana/