A rainha do salto com vara Yelena Isinbayeva, uma das grandes ausências destes Jogos Olímpicos, deve anunciar sua aposentadoria definitiva da modalidade nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro.
Isinbayeva concederá entrevista coletiva para anunciar seus planos para o futuro. Referência em sua modalidade, ela não participa dos Jogos por causa do escândalo de doping envolvendo a equipe russa de atletismo, que causou a exclusão de todos os atletas do país das competições olímpicas por parte da federação internacional do esporte.
Recentemente, a lenda do salto com vara declarou que pensa seriamente em presidir a Federação Russa de Atletismo para melhorar a reputação do país na área, no que ganhou o apoio do atual Ministro dos Esportes, Vitaly Mutko.
Isinbayeva tentou até o último momento disputar os Jogos apesar da proibição da IAAF e disse que não sente mais vontade de competir após a punição, que a tirou do que seria sua quinta e última participação olímpica.
"Os Jogos do Rio ainda faziam sentido após o nascimento do meu filho. Sacrifiquei um tempo que poderia ter passado com ele. E agora me tiraram esse sonho. Já tenho 34 anos e optei por minha família", declarou Isinbayeva.
A russa deu o primeiro passo rumo à carreira de dirigente nesta quinta-feira, ao ser eleita membra da comissão de atletas do COI, cargo que terá durante os próximos oito anos. Ela contou com o respaldo de 1.365 dos atletas participantes desta edição dos Jogos.
Isinbayeva quer seguir os passos de seu ídolo, o ucraniano Sergei Bubka, que exerceu cargos em entidades em seu país, na IAAF e no COI.
Técnico e descobridor da russa, Yevgeni Trofimov disse à Agência Efe que "não vale a pena continuar treinando" após a "humilhação" que sua pupila passou com a exclusão do Rio 2016.
"Qual o sentido dos treinos se a tratam assim? É uma decisão injusta e incompreensível. 'Lena' deu grande contribuição ao esporte mundial. Venceu dois Jogos Olímpicos, Mundiais e Campeonatos Europeus. Ela estabeleceu 28 recordes mundiais. É uma pena, de verdade. Sonhávamos com mais um ouro olímpico", disse o treinador, também responsável pela preparação do brasileiro Thiago Braz, ouro no Rio.
Campeã olímpica em Atenas 2004 e Pequim 2008 e bronze em Londres 2012, a russa queria seu terceiro ouro olímpico no Rio e tinha a segunda melhor marca da modalidade no ano (4,90m).