A Seleção Brasileira vai ter uma dificuldade extra para vencer a Colômbia, nesta sexta-feira, em amistoso disputado em Miami (EUA). Além da qualidade natural dos adversários, o problema é que os jogadores do Brasil ainda não estão soltos, de acordo com Dunga, que deu entrevista coletiva nesta quinta-feira, no hotel da Seleção.
O técnico elogiou os treinos que fez até agora - serão três ao todo antes da partida -, mas admitiu que a equipe ainda não está tão à vontade: "esses dias de trabalho foi (sic) muito proveitoso. Lógico que os jogadores ainda não estão totalmente soltos. Tem a expectativa da chegada, mas a gente está tentando deixar eles mais à vontade", contou.
Sobre a Colômbia, Dunga elogiou muito o trabalho do técnico José Pekerman, que mudou inclusive a disciplina tática dos jogadores: "é um time que cresceu muito nos quatro anos com Pekerman. Teve ótimos resultados, enquanto nós estamos no início. Ele tem conhecimento dos jogadores. Eu tenho, mas de longe, observando. É diferente do convívio", admitiu.
Além disso, Dunga também comentou sobre como recuperar a Seleção depois da derrota por 7 a 1, admitindo que ainda é uma "ferida aberta" para os jogadores. Deixou claro que o time não terá muitas mudanças em relação à forma como atuou no Mundial, nem mesmo na escalação. E também explicou como pretende que funcione o ataque do Brasil a partir de agora.
Veja as principais declarações de Dunga:
Cada jogador sente de uma forma diferente, mas no geral todos têm uma grande vontade de reescrever a história na Seleção. É muito legal jogar aqui, mas vem um kit junto de cobrança. Todos sentiram muito, é uma ferida aberta, mas a oportunidade foi dada pela segunda vez e tem que aproveitar cada instante
Psicológico do Brasil
Não gosto muito do passado porque não posso mexer nisso. No aspecto mental o que a gente tem que fazer conversar. Mas é só cada um olhar para o lado e ver o grande jogador que tem. E jogar bola é o que eles gostam de fazer, então não tem dificuldades. É uma oportunidade.
Base da Copa do Mundo
Gosto de hierarquia. Tem que dar prioridade a quem estava na Copa do Mundo. Eles têm que mostrar capacidade e depois normalmente a gente vai dar oportunidade a outros
Diferença no jogo contra Colômbia
Temos que ter uma seleção competitiva, que não vai deixar o adversário jogar. Sem a bola precisamos ter humildade e correr atrás. E com a bola temos que jogar com personalidade.
Mudança no ataque
Isso depende do momento. Hoje o futebol tem uma dinâmica mais rápida, com mais movimentação. Todo mundo acha que tática é só sistema, mas é diferente. Você tem que mudar o espaço com movimentação. Se você fica fixo, fica muito mais fácil para defesa marcar.
Jogo bonito e resultado
As duas coisas são importantes. Na vida a gente vive de resultado, nós queremos sempre isso, mas o torcedor tem que ver uma seleção vibrante em campo. O torcedor tem que ter certeza que o jogador deu 110%, o máximo esforço possível
Sem renovação
Todos nós falamos em reformulação, não temos que colocar essa palavra. Se não, o jovem acha que está dentro porque é novo. E o velho acha que está fora porque é velho. Não é isso. É na qualidade, no merecimento.
Trabalho de oito anos na Seleção
Nós não estamos habituados para isso. Nós só estamos preparados para o jogo contra Colômbia. Tem que pensar em um jogo por vez. Essa exigência na Seleção é boa e seria melhor a longo prazo, mas desde o primeiro passo tem que ser muito firme e concreto.