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Ministro Aldo Rebelo defende participação do governo na CBF

Rebelo vê grande interesse público nas ações da organização

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O ministro Aldo Rebelo, do Esporte, defendeu nesta terça-feira que o governo tenha participação na definição de novos presidentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Para o ministro, o esporte representa um grande interesse popular, e o poder público deve servir de mediador - ainda que a CBF seja uma entidade privada.

“O Estado deve ter um poder mediador. Acho que o Congresso também deve ter um papel importante”, disse o ministro em audiência na Comissão de Educação do Senado.

A relação de Aldo Rebelo com o Comitê Organizador Local da Copa (COL), representante político e financeiro da Fifa no Brasil, tem sido ponto de atrito constante. A relação entre o ministro e o presidente da CBF, José Maria Marín, já não era das melhores quando o áudio de uma reunião vazou na internet mostrando o cartola criticando Rebelo.

Diante da resistência do governo em aceitar um canal de diálogo permanente com a CBF, uma vez que a presidente Dilma Rousseff não recebe Marín e Aldo Rebelo mantém uma relação estritamente protocolar, a Fifa vem trabalhando para destituir o presidente da entidade de seu cargo no COL. O ex-jogador Ronaldo, atual membro do comitê, é um dos favoritos para suceder Marín.

Aldo Rebelo não quis comentar a possível mudança no COL. Em vez disso, preferiu destacar que o governo vem trabalhando para entregar tudo o que a Fifa exige para a realização da Copa. O ministro destacou que três estádios já foram entregues (Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte) e mais três ficarão prontos no mês de abril (Recife, Brasília e Rio de Janeiro). Ficarão faltando mais seis arenas, que serão concluídas até dezembro, prometeu Rebelo.

O discurso do ministro não agradou a oposição. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou o que chama de “submissão do governo aos interesses da Fifa” e afirmou que o povo brasileiro está pagando uma conta salgada. Para ele, a sociedade devia ter sido informada do verdadeiro custo dos estádios, que estariam sofrendo “festival de superfaturamento de obras”.

“Facilitamos tudo para a Fifa ter o maior lucro possível. O Brasil fica com um déficit e a Fifa leva lucro fantástico. O custo da Copa virou caixa preta, falamos em números mas não temos ideia. Recursos públicos estão irrigando o evento”, disse o senador.