A 20 dias das eleições presidenciais, o Flamengo conta com cinco candidatos à presidência oficializados. No entanto, o cenário pode mudar, uma vez que ao menos três chapas de oposição negociam uma união de última hora.
Uma eventual união neste momento só poderia ocorrer, caso um ou mais candidatos se retirassem da disputa e declarassem apoio a um dos remanescentes, de acordo com o estatuto do clube. Por isso, as negociações são tratadas de forma sigilosa. Lysias Itapicurú, um dos envolvidos nos boatos de fusão, não fala abertamente sobre a questão. Contudo, se diz capaz de reunir as correntes políticas “em prol do Flamengo”:
“Temos que nos unir, senão a probabilidade de permanecer o atual status quo é muito grande. O Flamengo precisa ser modernizado e levado para a vanguarda do desporto nacional, mas você não consegue fazer isso e realizar as alterações necessárias no estatuto do clube aliado às antigas forças. Tenho condições de unificar a base política em prol do Flamengo, para realizar as mudanças necessárias”, afirmou.
Fontes no clube dão conta de que, além de Lysias, também discutem uma possível fusão as chapas encabeçadas por Maurício Rodrigues e Jorge Rodrigues. O último, conhecido na política do Flamengo como Jorjão, é o fundador da empresa Triunfo Logística, que chegou a estampar seu logotipo no uniforme rubro-negro nesta temporada. Os três teriam participado de reuniões nesta semana para discutir o tema, mas nenhum acerto foi feito até aqui.
Ronaldo Gomlevsky, ex-vice-presidente jurídico e de esportes olímpicos do clube, é outro candidato. Mas, segundo consta, recusou-se a sentar-se com os demais concorrentes para tratar de uma união entre as chapas. Decidiu manter-se na disputa. Entre seus correlegionários, porém, há quem veja com ceticismo as negociações em torno da fusão, embora ela ainda se encontre em estágio preliminar.
“Não acredito nisso, pois a campanha já está no ar. Todos os candidatos já gastaram muito dinheiro na eleição, especialmente o Jorge Rodrigues”, argumentou.
Em junho, Gomlevsky ouviu o ex-presidente Marcio Braga sugerir que desistisse do pleito em prol de uma chapa única para enfrentar Patrícia Amorim: “Declinei. Não acredito em unificação”, disse à época ao Jornal do Brasil.
‘Falta de cortesia’
Lysias também criticou o clima beligerante da campanha eleitoral no clube, com direito a troca de acusações entre os candidatos e muitas críticas à figura de Patrícia Amorim, que tenta reeleição. Segundo ele, deveria haver mais cordialidade na vida política do Flamengo:
“É uma falta de cortesia. Tem que haver uma cordialidade entre os candidatos. Quem milita no Flamengo tem que ter uma relação cordial. Não pode haver oposição à diretoria com ofensas pessoais, mas sim aos malfeitos que venham a ser cometidos”, afirmou.
A chapa Flamengo Campeão do Mundo, capitaneada por Eduardo Bandeira de Mello em substituição a Wallin Vasconcelos, que foi impugnado pelo Conselho de Administração, é alvo da maior parte das críticas nesse sentido
Nas demais candidaturas, a sensação é de que o grupo de notáveis executivos não tem nenhuma vivência no clube, ‘caindo de paraquedas’ no processo eleitoral e não teria condições de aglutinar as diversas correntes políticas do Flamengo durante um eventual mandato.