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"Conquistei a minha história no Santos", diz Ganso na despedida 

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Após deixar a sala de reunião na qual acertou os últimos detalhes da transferência para o São Paulo, o meia Paulo Henrique Ganso exaltou a trajetória construída com a camisa do Santos e pediu compreensão da torcida alvinegra: "conquistei a minha história aqui (no Santos) e espero que todos tenham a consciência de que fiz o meu melhor", declarou o jogador, na saída da Vila Belmiro, já na madrugada desta sexta-feira.

Questionado por repórteres se estava chateado com o clube que o projetou nacionalmente, Ganso se recusou a falar sobre o assunto, alegando seguir recomendações do seu novo time, o São Paulo.

O jogador foi o último a chegar na reunião, que teve início na noite da quinta-feira e encerrou a longa negociação entre os clubes. Procurando ser discreto, o meia optou por não entrar pelo portão principal da Vila Belmiro, como fizeram membros do grupo DIS e representantes de Santos e São Paulo.

Também presente na reunião, Adalberto Baptista, diretor de futebol do São Paulo e interlocutor do time tricolor na negociação, conversou brevemente com os jornalistas na saída da Vila Belmiro, mas alegou cansaço e pediu tempo para voltar a falar sobre o novo reforço.

"A alegria é muito grande, até pela dificuldade da negociação. Mas estou cansado para articular as palavras aqui. São quase 3 horas da manhã e amanhã atenderei a todos. Só gostaria de externar a minha felicidade", disse.

De camisa 10 ideal a meia contestado

Ganso, revelado nas categorias de base do Santos, começou no clube em 2008, junto a Neymar, a maior estrela do time na atualidade. Desde que chegou ao time profissional, a carreira de Ganso se revezou em sobes e desces. Nos primeiros anos, o jogador conquistou críticos e torcedores não apenas por ser uma das maiores promessas do futebol do Brasil, mas por ter surgido como protótipo do camisa 10 criativo e pensador, em falta nos últimos anos.

A trajetória de Ganso - que parecia traçar uma ascensão meteórica rumo ao estrelato nos principais gramados do mundo - teve, porém, um baque grande em 2010. No meio daquela temporada, o jogador sofreu grave lesão no ligamento cruzado de seu joelho.

A lesão deixou Ganso fora dos gramados por seis meses e comprometeu a sequência da carreira no Santos do jogador, que não conseguiu manter o nível de seu futebol e perdeu prestígio com a torcida.

A volta ao clube veio durante a Copa Libertadores de 2011, mas nem a conquista do título continental fez com que o meia retornasse a seus melhores dias no Santos. À sombra de Neymar, que se consolidava como grande ídolo e craque do Brasil, Ganso perdeu espaço na mídia e também na Seleção Brasileira. De camisa 10 incontestável, o jogador passou a opção para o meio-campo.

No time olímpico de Mano Menezes, que ficou com a prata na Olimpíada de Londres, o meia Oscar, do Internacional, vestiu a camisa 10 da equipe, a qual, há poucos anos, era reservada para o jogador santista.

Logo após a Olimpíada, intensificaram-se os boatos sobre uma possível saída do Santos. E o destino para Ganso se tornou justamente o rival São Paulo, que quis buscar na Vila Belmiro um substituto à altura para Lucas, negociado com o Paris Saint-Germain. O meia, dessa forma, rompe o contrato com a equipe praiana, com final estipulado para fevereiro de 2015.