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Romário retorna e América conquista título

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Jornal do Brasil

RIO - Após dois anos e 22 dias longe do gramado - seu último jogo tinha sido em novembro de 2007 -, Romário entrou no estádio Giulite Coutinho ovacionado pela torcida e com os olhos marejados, ao realizar, oficialmente, o sonho de seu pai, Edevair, torcedor ilustre e falecido em maio de 2008. A volta não poderia ser melhor. A vitória sobre o Artsul garantiu o título da Série B. A equipe não erguia um troféu desde 1982.

Em 1987 fiz três gols no América. Meu pai ficou aborrecido e disse que só me perdoava se um dia eu jogasse pelo América. Tenho certeza que ele está orgulhoso frisou Romário, referindo-se ao pai americano fanático.

Curiosamente, o Baixinho começou sentado, mas não na habitual 'janela'. Foi do banco de reservas que o captador de recursos do clube tijucano viu o primeiro tempo da partida. Com a vitória do Goytacaz por 1 a 0 sobre o Olaria, o Mecão só precisava vencer o Artsul para levantar o troféu da Série B do carioca.

O gramado castigado pelo temporal que atingiu o Rio ansiava pela entrada do artilheiro de 1002 gols ao longo de 30 anos na carreira. Embalado pelo grito Sangue , o time americano abriu o placar com 20 minutos. O lateral-esquerdo cruzou e Ciro cabeceou impedido.

Com um agasalho cobrindo até a cabeça para se proteger da chuva, Romário saltou efusivamente com o gol americano. Mesmo com o América em vantagem numérica, após expulsão de Diego, Romário não parava de roer as unhas. O Artsul acertou o travessão no fim do primeiro tempo.

Retorno

Na etapa final, Romário voltou no banco e antes de ir para o aquecimento viu Ciro, novamente de cabeça, fazer 2 a 0. Aos 23 minutos, Romário entrou em campo. A partida foi paralisada e o Baixinho não escondeu a felicidade.

É um momento diferente na minha carreira. Faltam poucos minutos par sermos campeões afirmou Romário, que entrou no gramado ao lado da torcedora Tia Ruth e recebeu a braçadeira de capitão. Aos 32, o Baixinho tabelou com Têti e chutou de cobertura. A bola passou perto.

O time joga para ele. Aos 36, um chute travado pelo zagueiro, fazendo os torcedores prenderem a respiração. O gol não saiu, mas o América voltou a ser campeão e Romário cumpriu a promessa a seu Edevair.