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RIO - Será que o Romário virá mesmo? A pergunta foi repetida inúmeras vezes até o início da noite de segunda-feira pela maioria dos que passavam pela Livraria da Travessa, no Shopping Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. Era dia do lançamento do livro do astro, que não decepcionou os fãs. O ex-atacante chegou causando frisson e foi embora escoltado. Quando apareceu, provocou correria nos cinegrafistas e fotógrafos, que se espremiam entre as prateleiras da livraria. Muitos livros foram ao chão. Depois da entrevista e da sessão de autógrafos/fotos, precisou ser cercado pelos amigos para poder deixar o local caminhando com um pouco mais de tranquilidade.
Por que tudo isso, Romário? 'Primeiro que eu sou um cara bonito. O Rio de Janeiro está meio carente de ídolos depois que eu parei. Ídolos de futebol. Então algum de vocês fala: 'vamos falar desse cara, mesmo que seja uma m..., porque pelo menos ele dá notícia'', disse.
- Acho que o grande ídolo do futebol brasileiro hoje é o Ronaldo. Fora o Ronaldo, que joga aqui no Brasil, não tem. Pelo menos agora aqui no momento eu não lembro - argumentou Romário. Alguém ainda gritou de fundo o nome do atacante Adriano, atual camisa 10 do Flamengo. Romário ignorou solenemente.
- Bons jogadores são diferentes de ídolos. O Rio de Janeiro realmente não tem um ídolo que possa vender mais jornal do que eu hoje - esbanjou o ex-atacante.
- Craque já não tem faz alguns anos. Eu conheço ídolos que não foram craques. O ideal é ser craque e ídolo, mas nem sempre aquilo que é fenômeno no esporte é ídolo. Ídolo não se faz, o cara conquista com o tempo. É o carisma de cada um - explicou.
O problema é que os jogadores não falam o que realmente pensam? 'Não é de agora. Mesmo na minha época. Dá para contar talvez em uma mão os jogadores que falam realmente o que pensam. E cada vez é mais difícil'. Muitos diriam que não se pode chamar Romário de um cara humilde. Neste caso, nem de mentiroso.