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Revelado pelo Flamengo, Djalminha torce pelo hexacampeonato brasileiro

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Emerson Rocha, JB Online

RIO - Com uma carreira repleta de títulos e polêmicas, Djalma Feitosa Dias, o Djalminha, é apontado por muitos como um dos grandes talentos produzidos na Gávea, após a era Zico. Aos 37 anos e agora como ex-jogador, ele está voltado para a divulgação dos campeonatos de showbol (uma espécie de futsal, mas com algumas regras particulares como a da quadra ser totalmente fechada impossibilitando que a bola saia com facilidade) pelo Brasil. Djalminha, que também mantém a forma atuando neste esporte, ainda nutre um carinho especial pelo Flamengo, clube pelo qual jogou de 1989 à 1993. Com a camisa rubro-negra, ele conquistou: um Campeonato Carioca (1991), uma Copa do Brasil (1990) e um Campeonato Brasileiro, em 1992, o último do clube.

O ex-meia também atuou com sucesso pelo Guarani, Palmeiras e Desportivo La Coruña. A única frustração de Djalminha na carreira foi não ter disputado uma Copa do Mundo. Ele estava cotado para ser convocado pelo técnico Luiz Felipe Scolari para o mundial da Coréia do Sul e Japão, em 2002, mas em razão de um desentendimento com o então treinador do La Corunã, Javier Irureta, ficou de fora da lista de 23 jogadores do Brasil.

Djalminha conversou com o JB Online e mostrou que está atualizado com a atual fase do time da Gávea e que torce pelo tão sonhado hexacampeonato nacional do Rubro-negro.

Você acredita que o Flamengo tem condições de voltar a vencer o Campeonato Brasileiro, após 16 anos?

- Com certeza. Há muito tempo o time não fazia duas boas campanhas seguidas. Após o jogo contra o Vitória, no Barradão, o Flamengo terá uma boa seqüência no Maracanã, que pode coloca-lo na liderança. A equipe tem jogadores experientes e de qualidade. Ficarei na torcida pelo título.

O time atual rubro-negro não tem um meia de ligação com as suas características, já que utiliza muito o apoio dos laterais. É uma boa tática?

- O Juan e o Leonardo Moura são grandes armas ofensivas. Eles estão em grande fase e podem produzir muito para o ataque da equipe. Como são bem protegidos pelos bons volantes como Toró, Ibson e Kléberson, os laterais podem fazer bem a função de armadores.

No último jogo contra o Coritiba, o atacante Obina voltou a jogar bem e fez dois gols. Ele é mesmo esse craque que a torcida gosta tanto?

- Muita gente fala mal do Obina, pelo lado folclórico. Ele é um bom atacante. Não é craque, mas tem um bom chute, explosão e velocidade. Hoje no Brasil, há poucos atacantes com o potencial do Obina.

Seu filho Diego, de 13 anos, joga nas divisões de base do Flamengo. Você acha que ele pode repetir o feito do pai (Djalminha também é filho de ex-jogador, Djalma Dias) e virar craque?

- O Diego joga no ataque. O mais importante é que ele está no meio do esporte, que sempre é bom para a formação da pessoa. Mas o deixo bem a vontade para escolher o que quer. Não vou botar pressão para ele se tornar jogador profissional.

Depois que encerrou a carreira, você se dedicou mesmo ao showbol. Como estão os projetos?

- Estou com o Ricardo Rocha (ex-zagueiro da Seleção e do Vasco) promovendo o esporte, que visa dar oportunidade de jogadores que encerraram a carreira se manterem em outra atividade e em exposição. Nosso próximo evento começa no dia 20 de novembro, que será a 2ª edição do Torneio Rio-São Paulo, com a participação dos quatro grandes clubes de cada estado. Este ano, poderemos ter a participação especial do Bebeto e, talvez, do Dunga.

O que você achou da indicação do seu amigo Maradona para técnico da Argentina?

- Fiquei surpreso e contente. Isso é uma prova que por intermédio do showbol (Maradona atuou com a camisa da Argentina em vários eventos), ele pode voltar ao esporte e superar os antigos problemas particulares. Mesmo achando diferente, torço por ele. É uma pessoa incrível e com um coração muito grande. O Maradona já demonstrou nas primeiras entrevistas que vai optar por talento na seleção e sair da rotina de muitos marcadores no time.

Você viveu grandes momentos atuando no futebol espanhol e conquistou o único título nacional do Desportivo La Coruña, na temporada 1999/2000. O que achou do título da Fúria (apelido da seleção da Espanha) na Eurocopa deste ano?

- A Espanha é um país que tenho muito carinho. Fiquei muito feliz com o título, já que eles precisavam de uma grande conquista para marcar a atual safra de bons jogadores. Além de tirar o rótulo de que nunca conseguia chegar, mesmo sendo considerada favorita em algumas competições.