Portal Terra
SÃO PAULO - O ídolo do Atlético-MG Reinaldo afirmou neste domingo, em entrevista ao Fantástico, que sofreu pressão de Ernesto Geisel, então presidente da República, antes da Copa do Mundo de 1978, disputada na Argentina.
Conhecido por expor seu ponto de vista, o ex-atacante pedia a volta da democracia e o ato foi repreendido por Geisel, que o aconselhou antes do Mundial durante uma reunião a portas fechadas.
- O presidente me chamou para o seu gabinete e foi direto em um tom de militar. Dizia: 'quem cuida da política é a gente, você cuida de jogar futebol. Deixa que da política, cuidamos nós' - afirmou o ex-jogador.
Porém, Reinaldo não gostou da "intimação" de Geisel, que morreu em 1996, e na estréia do Brasil no torneio, contra a Suécia, no empate por 1 a 1, o ex-atacante comemorou o gol com os punhos cerrados no ar, imitando o gesto feito pelos "Panteras Negras" ao subirem no pódio na Olimpíada de 1968, no México.
- Eu imitei aquele gesto feito pelos norte-americanos, mas não com uma intenção revolucionária, e sim, com um aspecto político, apoiando o socialismo - afirmou Reinaldo, que disse que foi repreendido pelos membros da comissão técnica.
- Naquela Copa do Mundo, a comissão técnica era uma comissão militar. Após eu fazer o gesto, o André Richer (diretor de futebol da Confederação Brasileira de Desportos, na época) me chamou e disse que não era bom fazer esse gesto, pois era meio revolucionário - disse.
- Eu já vinha meio mal fisicamente e acabei ao longo da Copa retirado do time - completou Reinaldo, que perdeu a posição de titular no Mundial para Roberto Dinamite, ao longo do torneio.