O basquete brasileiro tem uma chance de participar das Olimpíadas deste ano. Basta vencer a edição do pré-olímpico mundial, que estará classificado, o time carimba o passaporte para Paris. A disputa será na Letônia e tem o time da casa como favorito. Após a saída de Gustavo de Conti do comando da seleção, a CBB chamou um nome conhecido para estar à frente do time. Aleksandar Petrovic volta a ser o técnico do Brasil. Nesta entrevista rápida, o técnico comenta sobre como imagina o time, e mostra que quer aprender com os erros da última campanha do pré-olímpico de Split, em 2021.
NAS QUADRAS - Primeiramente, bem-vindo de volta. Como o senhor avalia esse retorno à seleção brasileira?
Petrovic: Muito obrigado pelos seus cumprimentos por esse meu retorno à seleção brasileira. Eu conheço todos os jogadores da seleção brasileira e por isso aceitei voltar para este Pré-olímpico e, quem sabe, os Jogos Olímpicos. Quando o presidente (Guy Peixoto) e o diretor me chamaram, eu não tinha nenhuma dúvida e nem perguntei os porquês dessa chamada de surpresa. Estou muito feliz com essa volta e acredito que posso ajudar neste momento com uma boa preparação para o Pré-olímpico.
O Pré-olímpico de Riga, na Letônia, começa em menos de três meses. O que a torcida brasileira pode esperar do time nesta importantíssima competição?
Bem, a preparação para o pré-Olímpico é sempre muito difícil. Primeiro vamos nos concentrar alguns dias no Brasil (A CBB irá divulgar em breve o local dos treinamentos) e depois chegamos a meu país, a Croácia, onde vamos jogar dois amistosos: um contra Polônia e outro contra Croácia. Ao finalizar essa etapa, temos mais um amistoso com a Eslovênia do Luka Doncic.
Destaco a suma importância do primeiro jogo da competição, contra Montenegro. Esse jogo pode ser fundamental para as nossas pretensões. Se vencermos, significa que evitamos os Letões nas semifinais e nos preparar para uma possível final contra os donos da casa.
Não será um Pré-olímpico fácil. Nenhum é. Esta é a quarta vez que disputo a competição. Foram duas vezes com a Croácia e uma vez com o Brasil. Em relação a essa última, tenho consciência de que fizemos coisas boas e coisas erradas no Pré-olímpico de Split, em 2021 [nota: o Brasil fez ótima campanha, mas perdeu a vaga para a Olimpíada de Tóquio na final, contra a Alemanha, por 75 a 64]. Quero resolver essa questão. Como fazer? Melhorando cada vez mais, e penso que vamos fazer muito bem esse trabalho.
A dupla Yago/Caboclo continuará sendo o pilar da nossa seleção? O senhor conta com os jovens talentos que estão na NBA, como Gui Santos e Mãozinha?
Eu tenho certeza que o Yago e Bruno Caboclo são jogadores importantes da seleção, mas agora mesmo estou conversando com todos os jogadores que podem fazer parte da lista de 15 jogadores que irão para os treinos no Brasil. Por isso eu preciso de 7 ou 8 dias mais para escutar dos veteranos, se aceitam o desafio.
Minha ideia é uma combinação equilibrada entre jogadores veteranos com os jogadores jovens. É verdade que conto com todos os jogadores importantes, como Gui Santos (do Golden State Warriors) e Mãozinha [nota: o jogador acabou de sair do Memphis Grizzilies]. A partir destas conversas, teremos essa combinação dos jogadores jovens e veteranos, para formar o time.
O mais importante de tudo é criar, nos treinamentos, um entrosamento para chegarmos preparados na Letônia.