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Botafogo abre 3 a 0, mas leva a virada do Palmeiras no Niltão e vê liderança ameaçada
Por Gabriel Mansur
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Publicado em 02/11/2023 às 00:25
Alterado em 02/11/2023 às 00:35

O nervosismo que tomou conta de General Severiano nos últimos dias, após o tropeço em casa diante do Cuiabá, parecia extirpado quando o árbitro Bráulio da Silva Machado encerrou o primeiro tempo. Mas é como diz o ditado futebolístico: "o jogo só acaba quando termina". Após descer ao vestiário com uma vitória parcial - e acachapante - por 3 a 0, o Botafogo levou uma virada histórica para o Palmeiras, nesta quarta-feira (2), pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro: um 4 a 3 em pleno estádio Nilton Santos.
O Glorioso atropelou o Verdão na primeira metade, com gols de Eduardo, Tchê Tchê e Júnior Santos, mas o visitante, sentindo-se em casa, reagiu depois do intervalo com dois gols de Endrick, que não sentiu o peso da partida mesmo com 17 anos, um de Flaco López e outro de Murilo, esses aos 53 minutos.
A verdade é que o Botafogo desperdiçou muitas chances, incluindo uma cobrança de pênalti de Tiquinho Soares, aos 37, quando vencia por 3 a 1 e poderia ter matado o jogo. Não matou e também não soube segurar a pressão alviverde, principalmente após a expulsão de Adryelson, que ocorreu dois minutos antes do pênalti desperdiçado. A sequência de golpes, por fim, derrubou a equipe em campo.
A vitória levou o alviverde a 56 pontos, enquanto o Botafogo tem 59. O alvinegro tem mais 24 pontos (oito rodadas) para disputar, já que tem um jogo a menos, enquanto os paulistas têm apenas 21, sete rodadas. Mas a caminhada ganhou contornos dramáticos.
Além da derrota, a dor de cabeça alvinegra fica também por conta do clássico contra o Vasco, na segunda-feira (6), quando não terá sua zaga titular. Cuesta e Marlon Freitas levaram os terceiros cartões amarelos e Adryelson levou o vermelho direto, no lance mais polêmico da partida e que gerou revolta de John Textor, que soltou os cachorros após o apito final. O atacante Júnior Santos, que voltou a ser destaque e marcou o terceiro gol, deixou a partida com dores musculares na coxa e pode ser mais um problema.
Primeiro tempo: atropelo do Glorioso
O jogo teve duas metades muito distintas. O atropelo botafoguense na primeira e a grande noite de Endrick na segunda. Antes do intervalo, num ritmo aceleradíssimo, o alvinegro botou a defesa do Palmeiras para correr atrás e marcou três vezes num espaço de 15 minutos.
Eduardo, que não marcava desde julho, abriu o placar em grande jogada de Victor Sá, aos 20 minutos. Depois, aos 29, Tchê Tchê recebeu na entrada da área e acertou lindo chute para ampliar. Para fechar o primeiro tempo arrasador, Júnior Santos marcou pela quarta vez nas últimas cinco partidas, aproveitando rebote de Weverton em chute de Tiquinho Soares. O Verdão finalizou duas vezes durante todo o primeiro tempo (contra 15 dos donos da casa) e foi para o intervalo no lucro mesmo perdendo por 3 a 0.
Segundo tempo: brilho do menino Endrick
O Palmeiras voltou do intervalo determinado a fazer o que não havia conseguido no primeiro tempo: gols. Logo aos quatro minutos, Endrick fez fila na defesa botafoguense e chutou com força para marcar um belo gol. Dez minutos depois, Breno Lopes também marcou, mas o auxiliar anulou a jogada corretamente por causa de impedimento do atacante palmeirense.
Com campo para contra-atacar, o Botafogo quase ampliou com Júnior Santos, em jogada pelo lado direito e finalização cruzada, mas viu o jogo se complicar depois da expulsão de Adryelson, aos 30, e do erro de Tiquinho Soares em cobrança de pênalti, aos 37. O Gloriso sentiu os baques e não conseguiu mais se encontrar na partida. O Verdão, que não tinha nada com isso, buscou a virada épica com mais um gol de Endrick, um de Flaco López - depois de assistência de Gustavo Gómez - e um de Murilo, este último nos acréscimos, depois de cobrança de falta de Raphael Veiga.