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Vasco promete câmeras de alta resolução e catracas com reconhecimento facial para reabrir São Januário

Vasco e MP se reuniram na tarde desta quarta e avançaram sobre ao Termo de Ajustamento de Conduta. Nova reunião que pode sacramentar liberação ficou agendada para a próxima semana

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 07/09/2023 às 11:25

Reunião contu com representantes do MPRJ, do clube associativo e da 777 Foto: Dilvulgação

Após 76 dias interditado, São Januário está mais próximo de ser liberado para receber público novamente. O Vasco da Gama saiu otimista da reunião com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), nesta quarta-feira (6), na sede do MP, que contou com representantes do clube associativo e SAF, além do procurador-geral de Justiça Luciano Mattos, onde foi discutido o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que os portões do estádio sejam reabertos para a sequência do Campeonato Brasileiro.

Durante o encontro, a cúpula vascaína prometeu deixar o interior e o entorno da colina histórica mais seguros. Entre as ações previstas, estão a instalação de câmeras de alta resolução e catracas com reconhecimento facial para o ingresso dos torcedores, a fim de facilitar a identificação de possíveis irregularidades. Ambas as medidas já estão em prática.

"Todo sistema tecnológico depende de tempo para ser implementado. A proposta do Vasco é que a gente implemente esse reconhecimento facial em fases e dentro dessas fases comece com alguns setores e vá até o estádio inteiro no final do prazo que o Ministério Público estabelecer" afirmou o advogado do clube, Marcelo Figueira.

Segundo o MP, o Vasco apresentou um plano de ação que envolve, além da questão da biometria e instalação de câmeras de alta resolução, medidas "para facilitar a entrada e o escoamento do público", como o aumento no número de catracas, o aumento do espaço útil no acesso às catracas e ajuste na abertura dos portões para o sentido da saída. O Vasco também teria proposto a instalação de um posto do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (Bepe) em São Januário.

"A operação de estádios, não apenas no Rio de Janeiro, mas ao redor do mundo, é um tema bastante complexo, pois envolve diferentes fatores, inclusive culturais, e compete ao MP zelar pelo cumprimento das regras. Nós acreditamos que as medidas apresentadas pelo Vasco neste plano de ação, utilizando-se de elementos técnicos para implementar melhorias na operação do estádio, podem, caso o clube se comprometa a cumpri-las através da assinatura de um TAC, proporcionar a reabertura de São Januário", afirmou Luciano Mattos.

As partes acertaram que vão elaborar uma minuta de TAC e, em caso de acordo, haverá nova reunião na próxima semana, em que serão convidados representantes da prefeitura do Rio de Janeiro, Polícia Militar, Bombeiros, Polícia Civil e da Federação de Futebol do estado (Ferj), para a assinatura do Termo, que deverá será encaminhado ao Judiciário para homologação.

O clube trabalha com a ideia de ter torcedores novamente na Colina para a partida contra o Coritiba, que nesta terça-feira (5) foi remarcada para o dia 21 de setembro. Marcelo Figueira, porém, preferiu não cravar nada.

"Depende das negociações avançarem como o MP. Estamos confiantes, mas não podemos garantir", concluiu.

O Vasco não recebe torcedores em São Januário desde 22 de junho, quando houve uma grande confusão após derrota por 1 a 0 para o Goiás. Inicialmente, o clube recebeu quatro jogos de suspensão, que foi cumprido contra o Grêmio, no dia 6 de agosto. Mas o estádio continuou fechado após uma decisão considerada elitista e preconcentuosa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), tanto que o Cruzmaltino precisou enfrentar o Atléico-MG, pela 20ª rodada, no dia 20 de agosto, no Maracanã.

O clube, então, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar reverter a decisão, e a atribuição para cuidar do processo passou a ser da Procuradoria-Geral de Justiça.

Participaram da reunião desta quarta, pelo MPRJ, os procuradores de Justiça Sávio Bittencourt, assessor-chefe da Assessoria de Recursos Constitucionais Cíveis (AOCÍVEL/MPRJ), e Marcus Leal, coordenador do Grupo Temático Temporário do Desporto (GTT-Desporto/MPRJ).

Pelo Vasco associativo, estiveram presentes o presidente Jorge Salgado e o vice-presidente, Carlos Roberto Osório. Pela 777, participaram do encontro a diretora jurídica, Gisele Cabrera, a diretora financeira, Kátia dos Santos, e os advogados Marcelo Figueira e João Pedro Figueira.

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