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Marina Silva reconhece divisão sobre proteção ambiental, em meio à exploração de petróleo

Em maio, o Ibama negou licença para a perfuração do poço no bloco pela Petrobras. O órgão argumentou, entre outros pontos, que era necessária a realização de estudos de caráter estratégico - a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar - na bacia da foz do Amazonas

Por JB AMBIENTAL com Agência Estado

Publicado em 06/09/2023 às 05:14

Alterado em 07/09/2023 às 10:47

Marina Silva Sérgio Lima/AFP

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconheceu uma divisão entre líderes políticos e econômicos em relação à proteção ambiental. A declaração ocorre em meio ao debate em relação à exploração de petróleo próximo à Foz do rio Amazonas.

“Nossos líderes políticos e econômicos estão divididos, uma parte entende a necessidade de proteção e outra parte ainda vê a Amazônia como um depositário de recursos a serem explorados como se fossem infinitos”, declarou a ministra, em cerimônia de celebração ao Dia da Amazônia, nesta terça-feira, 5, no Palácio do planalto. No discurso, Marina disse que o Brasil pode produzir energia limpa e ser um grande exportador de sustentabilidade.

Em maio, o Ibama negou licença para a perfuração do poço no bloco pela Petrobras. O órgão argumentou, entre outros pontos, que era necessária a realização de estudos de caráter estratégico - a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar - na bacia da foz do Amazonas. O indeferimento da licença foi assinado no dia 17 daquele mês pelo presidente do órgão, Rodrigo Agostinho. O Ministério de Minas e Energia discordou da avaliação e pediu então o parecer técnico da Advocacia-Geral da União (AGU).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já defendeu o empreendimento. No início de agosto, o petista disse querer “continuar sonhando” com a exploração de petróleo na região. Já o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vem defendendo com ênfase a realização de pesquisas exploratórias na Margem Equatorial.

Ambientalistas veem risco de danos aos biomas. No governo, o assunto testa a força e influência de Marina. A ministra já disse que o processo de exploração de petróleo na região é “complexo”, mas defendeu que a última palavra sobre autorização ambiental é do Ibama. Ela já classificou como “injustas” as críticas de que o Ibama teria adotado uma postura política e ideológica ao negar à Petrobras a licença para a perfuração na foz do Amazonas.

No final de agosto, a AGU divulgou parecer técnico favorável a estudos que podem levar à exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas. O parecer pela autorização contraria a posição do Ministério do Meio Ambiente.

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