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Sob Onyx, Esporte terá terceiro secretário no governo Bolsonaro

REUTERS/Adriano Machado -
Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni
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A chegada de Onyx Lorenzoni (DEM-RS) ao Ministério da Cidadania teve impacto direto na Secretaria Especial de Esporte, subordinada à pasta.

Onyx, anunciado no dia 13 de fevereiro no ministério, decidiu trocar o chefe da secretaria, o general Décio Brasil, por Marcello Magalhães, conhecido como Marcello Negão, e que tem laços estreitos com a família Bolsonaro, sobretudo com o senador Flávio (sem partido), de quem foi padrinho de casamento.

A informação da troca, inicialmente publicada pela coluna Radar, da revista Veja, foi confirmada pela reportagem, mas ainda não teve sua publicação no Diário Oficial.

Com a mudança, a pasta vai para seu terceiro secretário no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Ele iniciou o mandato com outro general, Marco Aurélio Vieira.

Sem conseguir promover mudanças na pasta e sem se entender com o então ministro da Cidadania, Osmar Terra, Marco Aurélio acabou substituído por Décio Brasil, em abril de 2019.

No período em que esteve à frente da secretaria, ele teve que lidar com o fim da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), que criou um vácuo na administração de complexos esportivos.

Criada em 2017 para "viabilizar a adequação, a manutenção e a utilização das instalações esportivas olímpicas e paraolímpicas" construídas para a Rio-2016, a autarquia foi extinta no fim de julho, como previa o texto de sua lei.

Dentre suas competências estava gerir parte do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, em parceria com a Prefeitura do Rio e entidades privadas, e do Parque Olímpico de Deodoro, este em conjunto com as Forças Armadas.

Entre algumas das intenções não concretizadas pela AGLO estava viabilizar a privatização das estruturas da Barra que estavam sob o guarda-chuva do governo federal: Arena Carioca 1, Arena Carioca 2, Complexo Olímpico de Tênis e Velódromo Olímpico.

Após a extinção, suas atribuições foram incorporadas pelo ministério, porém em uma nova entidade. A criação da EGLO (Escritório de Governança do Legado Olímpico) só foi publicada no Diário Oficial em dezembro de 2019. Marcello Negrão, inclusive, era cotado para assumir o órgão.

A sua chegada ao cargo de secretário pode acirrar a disputa entre militares e não militares dentro da Secretaria do Esporte, queda de braço que foi um dos motivos que derrubaram Marco Aurélio de seu cargo. (João Gabriel/FolhaPressSNG)