A antiga canção, cantada a plenos pulmões pela torcida do Fluminense após o apito final, deu o tom do que havia se passado nos dramáticos 90 minutos no Maracanã. “A bênção, João de Deus” foi um pedido recorrente durante a partida inteira. E funcionou. A vitória por 1 a 0 sobre o América-MG manteve o clube na Série A e, de quebra, garantiu classificação para a Sul-Americana de 2019, em 12º lugar.
Grande herói da salvação, Júlio César pegou um pênalti quando o 0 a 0 permanecia no placar, aos 27 minutos, apesar do domínio do América-MG. Exposto e sem recursos ofensivos, o gol do Fluminense caiu do céu. Candidato a vilão pelo pênalti cometido, Marlon cobrou escanteio na cabeça de Richard, que apareceu sozinho e testou no canto para o Maracanã respirar aliviado, aos 41.
A cabeçada certeira do volante pôs fim à sequência de 803 minutos sem a equipe marcar um gol, a pior da história de 116 anos do Fluminense. O gol também foi de despedida, já que Richard está de malas prontas para o Corinthians.
Quatro minutos antes, Júlio César tinha feito outro milagre em lance cara a cara com Luan. Gum ainda precisou salvar em cima da linha depois que a bola rebateu em Igor Julião e quase entrou.
Apesar da vitória parcial, a tensão era alta no segundo tempo, pois o América seguia criando chances. Para ampliar o nervosismo, a Chapecoense abriu o placar sobre o São Paulo e Ceará e Vasco não saíam do 0 a 0, placares que rebaixariam o Flu caso tomasse a virada. Sem conseguir ficar com a bola no pé, o time se segurou como pôde para garantir o alívio. Pelo menos por enquanto.
Fluminense: Júlio César, Igor Julião, Gum (Paulo Ricardo), Digão e Marlon; Airton (Dodi), Richard e Jadson; Luciano, Kayke (Everaldo) e Marcos Júnior. América-MG: João Ricardo, Aderlan, Paulão, Matheus Ferraz e Carlinhos; Zé Ricardo (Lincoln), Juninho, Marquinhos (Ademir), Matheusinho (França) e Luan; Rafael Moura. Juiz: Rafael Traci (PR).
Cartões amarelos: Gum, Everaldo, Marcos Júnior, Igor Julião, Digão, Luan e Carlinhos.