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Marina critica "aventuras" na política econômica e nega fragilidade

Ao comentar choro, disse que é pessoa sensível e que até Lula chorou ao ser diplomado presidente

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A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, participou na manhã desta quinta-feira (25) de sabatina no Bom Dia Brasil, onde falou sobre seus projetos nos setores de economia, agronegócio e ainda da campanha nas eleições. Marina afirmou que, para a economia brasileira voltar a crescer com baixa inflação, é necessário um governo que não vá se "aventurar" na política econômica e corte gastos que geram "desperdício" de recursos públicos.

"Vamos fazer com que o Brasil volte a crescer. Uma boa parte do capital que o Brasil precisa não é tangível, é intangível. É confiança, credibilidade, respeito a contrato, criar um ambiente que favoreça os investidores a voltar a investir no Brasil. Isso só será possível com um governo que tenha legitimidade e que, de antemão, estabeleça o seguinte: nós não vamos nos aventurar em política econômica, não vamos inventar a roda", afirmou Marina.

Marina destacou as políticas econômicas do governo de Itamar Franco, passando pelas gestões de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que a evolução parou com Dilma Rousseff. "Agora nós temos o nosso país com baixa credibilidade, pouco investimento, juros altos que favorecem o baixo investimento". Marina propôs a criação de um "conselho de responsabilidade fiscal", órgão que teria independência para verificar as contas do governo e dar mais transparência aos gastos públicos, de modo a evitar a "ineficiência" e o "desperdício".

"Nós não vamos elevar o gasto público acima do crescimento do PIB e o conselho de responsabilidade fiscal tem que fazer com que o governo dê conta dos investimentos estratégicos na área social e, ao mesmo tempo, não vá pelo caminho da ineficiência, que é o que acontece hoje", afirmou.

Marina afirmou que os bancos públicos – BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal –  continuarão com finalidade social, e negou que vá enfraquecê-los. "O que enfraquece os bancos é pegar o dinheiro do BNDES e dar para meia dúzia de empresários; uma parte deles falida, alguns que deram, enfim, um sumiço em bilhões de reais do nosso dinheiro... Esses sim, nós vamos parar com o mau uso".

A candidata do PSB afirmou ainda que vai enviar, no primeiro mês de governo, uma proposta de reforma tributária que busque justiça, transparência e simplificação no pagamento. Marina reforçou ainda que não vai eliminar direitos e benefícios trabalhistas, mas que pretende ampliar a formalidade no mercado de trabalho.

Sobre o setor do agronegócio, a candidata reforçou que os interesses dos ambientalistas e dos empresários do setor não são incompatíveis, e que conflitos podem ser “manejados”. “Não há esse dilema para produzir e proteger, as duas coisas são inteiramente possíveis”, disse, ao defender maior produtividade em áreas menores.

Marina comentou ainda o fato de ter chorado ao falar sobre Lula após uma recente entrevista. Ela afirmou que o fato de ter se emocionado não mostra fragilidade, mas sim que ela é uma pessoa “sensível”. Ela afirmou que se emocionou porque lembrou de suas filhas, que lamentaram com ela o fato de não terem mais orgulho do PT.

“Ter enfrentado cinco malárias, três hepatites, uma leishmaniose, perder a mãe aos 14 anos, ter sido alfabetizada aos 16 anos,  ter passado o que eu passei, vir me dizer que isso é fragilidade e não me pedir para não ter emoções, sinceramente... Já vi tantos líderes chorando e não é por isso que são mais fracos ou menos fracos”, disse, lembrando do próprio Lula, que “caiu no choro” quando tomou posse na Presidência. “Eu sou uma pessoa sensível, mas não se pode confundir sensibilidade com fraqueza. As pessoas que não se deixam emocionar, essas sim podem ser muito fracas.”