Em discurso contundente ao lado da candidata à presidência da República Marina Silva, o senador Pedro Simon, candidato à reeleição, disse que a corrupção no país, envolvendo o governo, estatais e empreiteiras chegou a um limite intolerável:
- Ou acabamos com a corrupção, ou ela acaba com o Brasil. Estão aí os exemplos danosos, sendo que o mais recente ameaça destruir a empresa mais querida dos brasileiros e símbolo da soberania nacional, a Petrobras -, afirmou o senador, bastante aplaudido pelo ginásio lotado de militantes, que foram terça-feira (23) à noite assistir ao último comício de Marina, em Porto Alegre, antes da eleição.
"ÉTICA NÃO ENVELHECE"
Em seu discurso, Marina Silva citou Pedro Simon como um dos melhores políticos brasileiros e pediu votos ao senador. "O Brasil precisa de Simon no Senado. Seu prestígio nacional, seu destemor e capacidade de influir nos acontecimentos políticos serão extremamente necessários para o país, nessa hora", disse Marina, acrescentando que "ética e dignidade não envelhecem", referindo-se ao senador. Ela estava acompanhada pelo vice Beto Albuquerque, o candidato ao governo do estado José Ivo Sartori, e seu colega de chapa José Cairolli.
Pedro Simon também fez um balanço histórico das relações de Brasília com o estado e destacou que o Rio Grande do Sul foi um polo de debates da oposição da época da ditadura.
- Agora, chegou a nossa vez, com Marina na presidência, tendo Beto ao lado, Sartori e Cairolli no governo estado teremos os investimentos a que temos direito e um tratamento mais coerente com a nossa história -, afirmou o senador, autor de projeto de lei que determina a compensação ao Rio Grande, por obras de responsabilidade federal realizadas com recursos do estado, nunca ressarcidos. Simon citou como exemplos os recursos aplicados na Aços Finos Piratini e no III Polo Petroquímico.
DÍVIDA DO ESTADO
Único governador que reduziu a divida do estado, no período de 1986 a 1990, Pedro Simon fez um relato das negociações em torno do projeto de lei do Senado que reduz os juros das dívidas dos estados.
- O Congresso conseguiu chegar a um acordo em torno do projeto, com base em negociações com todos os governadores. O governo, contudo, rompeu os compromissos que assumiu de votar a matéria desde o ano passado -, desabafa Pedro Simon. Para o senador, o governo não quer abrir mão dos juros de agiota que cobra dos estado.
DINHEIRO PÚBLICO PARA EMPRESÁRIOS AMIGOS
- Enquanto isso, empresta dinheiro público a empresários amigos e grandes grupos empresariais a juros baixíssimos, via BNDES. Foi o que aconteceu com Eike Batista, que recebeu R$ 10 bilhões, faliu de forma suspeita e o dinheiro sumiu. O estranho é que o governo não fala mais nada sobre o assunto e, muito menos, informa as providências que está tomando para recuperar o dinheiro, Se estiver fazendo algo a respeito -, finaliza o senador.