Em artigo publicado neste sábado (30), o Economist avalia a popularidade crescente de Marina Silva, candidata à presidente pelo PSB. O jornal destaca a declaração de Aécio Neves, candidato pelo PSDB, feita na semana passada, que definiu Marina como uma “onda passageira”. O jornal rebate a declaração do candidato, definindo Marina como uma “força da opinião pública”, adjetivo, segundo o artigo, mais adequado a descrição da candidata.
Segundo o Economist o apoio a Marina Silva, “ex-ministra do meio ambiente e ambientalista”, cresceu de 21% para 34%, alguns dias após o acidente de avião que matou Eduardo Campos, de acordo com a pesquisa do dia 29 de agosto pelo Datafolha. Com apenas cinco semanas antes das eleições Aécio passou para o terceiro lugar, e agora Marina está no páreo junto com a presidente Dilma Roussef, candidata a reeleição. “Em um segundo turno, a pesquisa do Datafolha aponta Marina Silva vence Dilma com 10% de vantagem”, destaca o Economist
Segundo o jornal, os números podem ser explicados em parte pelo destaque que Marina tem recebido desde a morte de Eduardo Campos. Além disso, ela tem recolhido voto de suas constantes aparições em capas de jornais e revistas. Brasileiros que votaram em Marina na eleição de 2010 estão sendo constantemente relembrados de sua trajetória.
O Economist destaca a entrevista feita por Marina na última quarta-feira, 27 de agosto, para o Jornal Nacional. Onde segundo o Jornal a candidata teria adotado uma postura menos radical “mais comedida , calma e um tanto vaga”. Além disso, Marina teria ganhado terreno no debate que aconteceu na terça-feira (26), já que Dilma e Aécio pareciam mais preocupados em trocar farpas e acusações entre si, “esquecendo que Marina é, agora, a maior ameaça para os dois”. Segundo o jornal, isso contribuiu para Marina se colocar como uma “terceira via” entre o PSDB, de Aécio, e o PT de Dilma. Segundo o Jornal, “essa posição é atraente para 70% dos brasileiros que afirmaram durante a pesquisa que gostariam de mudanças”.
No artigo, é destacado que o programa de governo de Marina Silva, revelado em detalhes na sexta-feira passada (29), definiu melhor essa noção de mudança. Segundo o Economist “O documento de 250 páginas, a maioria elaborados em conjunto com Eduardo Campos antes de sua morte, está repleta de políticas sensatas”. Na economia foram mantidas as propostas de Eduardo Campos, como a reforma tributária, taxas de câmbio mais flexíveis e a independência do Banco Central.
Publicado antes das mudanças feitas por Marina, o artigo destaca ainda que o programa trouxe uma série de outras surpresas, como a defesa do casamento gay, “aparentemente em desacordo com as devoções pentecostais que Marina segue”. Além disso, Marina elogia a energia hidrelétrica e sua expansão no país, que era alvo de críticas durante seu mandato como ministra do Meio Ambiente em 2003 e 2008, durante o governo Lula. O Economist destaca que Aécio e Dilma terão que intensificar seus ataques contra Marina Silva e que “os acontecimentos das ultimas semanas deixaram o papel de pintar Marina como uma radical que não sabe governar muito mais difícil. Marina é uma onda que dificilmente vai passar”, conclui o jornal.