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Unidos pela prefeitura, os Maias e Garotinhos atacam Paes e Cabral

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Críticas pesadas à dupla Eduardo Paes e Sérgio Cabral e discursos em defesa do funcionalismo público e da população de menor nível de renda. Essas foram as tônicas da longa convenção que oficializou na tarde desta segunda-feira (25) a união de Rodrigo Maia (DEM) e Clarissa Garotinho (PR) na chapa encabeçada pelo demista. Não por outro motivo, ao contrário da convenção do PMDB que foi na sede do partido no Centro do Rio, o DEM e o PR se reuniram ontem em Campo Grande, zona Oeste da cidade.

O discurso dos candidatos foi precedido pelos de seus pais e mentores políticos. Cesar Maia e Anthony Garotinho, deixando para trás todas as desavenças políticas que protagonizaram - e não foram poucas - bradaram contra o domínio do PMDB na política do estado do Rio. Para eles, o atual modelo está preterindo os pobres em nome de interesses pessoais e corporativos. 

O desentendimento dos dois no passado acabou relembrado por Clarissa quando frisou que ela e Rodrigo diferem dos pais. "Não queremos fazer como nosso adversário, que nega suas origens e sua história. Nenhuma pessoa é extensão de outras. Temos nossas ideias e sonhos, temos a chance de corrigir os equívocos que nossos pais possam ter comeitdo. Somos de uma nova geração e queremos olhar para frente", explicou.

Três vezes prefeito da capital, Maia foi o primeiro a discursar e apontou que Paes cometeu três erros que impedirão sua vitória nas eleições: "Essa prefeitura comete três pecados imperdoáveis: humilha os pobres, persegue e retira direitos dos servidores públicos e trata os ônibus com tapete vermelho, mas deixa o transporte público e o trânsito virarem um caos, tirando tempo que as pessoas passam com suas famílias", analisou.

Ainda mais agressivo, Garotinho exaltou a parceria com o antigo adversário como uma tentativa de acabar com o domínio peemedebista: "Nossa maturidade, em outubro, vai livrar muitas cidades destes sangue-sugas do PMDB. A convenção deles ganhou até apelido: a convenção do contra-cheque, porque todo mundo que estava lá é nomeado no governo do estado ou na prefeitura. Nossa aliança é ideológica e programática. Ainda temos posições distintas, mas acima das nossas posições está o sofrimento dos pobres no Rio de Janeiro", atacou.

Garotinho ainda provocou Eduardo Paes, aos estimular Rodrigo Maia e Clarissa a focarem sua campanha no trabalho de rua: "Quando vocês baterem na rua, o cachorrinho de madame vai fugir da raia. Vai ser a campanha do túnel para lá contra o túnel para cá. E essa gente de nariz em pé vai ter que entender que essa cidade é de todos", afirmou, encerrando com uma provocação à Rede Globo: "A campanha deles é do dindim e do plim plim".

Clarissa começou o discurso tentando desmentir a ideia de que, por serem políticos de oposição aos governos estadual e federal, podem prejudicar a cidade: "Nossa chapa demonstra nossa capacidade de diálogo. Não vamos ter dificuldades em fazer parcerias com a presidente Dilma Rousseff, porque ela é uma mulher sábia, que não coloca questões partidárias à frente do governo", opinou.

Rodrigo foi o único a não falar de improviso. Ele se emocionou por diversas vezes, ao citar o pai. Em um discurso bastante incisivo, como definiu, ligou diversas vezes o PMDB a Carlinhos Cachoeira e a Delta e fez pesadas acusações contra o prefeito."A cidade do Rio de Janeiro não foi inventada por Cabral, Paes ou Fernando Cavendish. Hoje vemos uma cidade inventada na TV, ao custo de R$ 600 milhões em propaganda paga com o dinheiro do povo, que poderia ser investido em outras áreas", criticou. 

Apropriando-se de  um apelido criado por Garotinho em seu blog, Rodrigo referiu-se ao governador Cabral e seus aliados como "gangue do guardanapo", numa referência às fotos dele com Cavendish, em um restaurante francês, em que a maioria aparece com guardanapos na cabeça. 

O candidato do DEM ainda abordou as muitas mudanças de partido de Paes, o que foi considerado uma verdadeira traição pelos correligionários de Cesar Maia: "Nunca mudei de lado ou de opinião por conta de interesses políticos. Paes foi um dos parlamentares mais duros nas críticas contra Lula na CPI dos Correios e pediu a prisão do filho dele. Ele vendeu sua opinião para ser prefeito do Rio. É cria de Cesar Maia, mas agora o tem como inimigo", recordou.

Rodrigo, após repetir Clarissa nas críticas às obras do governo de Paes - antes de fazer novas obras, é preciso "manter o bom funcionamento do que já existe", prometeu ser diferente: "Quero fazer essa cidade funcionar, não vou ser prefeito para agradar partidos políticos. Temos que governar com criatividade e total controle dos gastos públicos. Para onde está indo a nossa cidade? O Rio de Janeiro não precisa de donos", prometeu.