Em um período em que as indefinições superam as certezas na corrida eleitoral, os candidatos que se encontram em desvantagem aguardam a evolução do processo para consolidarem seus nomes junto ao eleitorado. É esse o caso, em especial, de dois pré-candidatos petistas ainda pouco conhecidos do eleitor. O ex-ministro da educação, Fernando Haddad, em São Paulo, e o deputado estadual Adão Villaverde, em Porto Alegre, patinam nas pesquisas de intenção de voto. Os dois foram o foco das conversas das lideranças petistas reunidas na noite desta quinta-feira, na capital gaúcha, na homenagem para o ex-ministro e ex-governador Olívio Dutra, que recebeu a Medalha do Mérito Farroupilha.
Haddad aparece apenas em sétimo lugar na última pesquisa, com 3% da preferência dos paulistanos, segundo o Ibope. O panorama é repetido por Villaverde em Porto Alegre, cuja intenção de voto não ultrapassa 2%, conforme o mesmo instituto.
Entretanto, o fraco desempenho é visto como algo que pode ser transformado com recursos como o tempo de televisão, o engajamento da militância e a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha, sobretudo nos momentos decisivos da disputa. "Ele vai participar conforme as necessidades do partido e suas condições de saúde", garantiu o presidente nacional do PT, Rui Falcão, quando questionado sobre a intensidade da presença da maior estrela petista.
"A força do PT é extraordinária. Está havendo uma mobilização da militância. Nós trabalhamos com a possibilidade de ganhar a prefeitura", enfatizou Villaverde.
A expectativa de crescimento é compartilhada por todo o partido. "Temos certeza que a candidatura do Villaverde vai crescer. O problema é o desconhecimento que se sente na rua. Quando as pessoas começaram a identificar nossa candidatura, esperamos crescer", afirmou o ex-prefeito de Porto Alegre e deputado estadual Raul Pont (PT).
O otimismo verificado em Porto Alegre encontra eco na capital mais importante do país. Estatíticas de simpatia partidária e a projeção de Lula e Dilma são as grandes apostas em São Paulo. "Temos o PT forte como nunca. Nossa preferencia partidária está em 33%, o Lula é o maior eleitor na cidade com influência em 41% do eleitorado. A Dilma é a segunda", afirmou o vereador e coordenador da campanha petista, João Donato (PT), que ainda citou o fato de o PT nunca ter ficado de fora do segundo turno como elemento de confiança e respaldo para o programa de Haddad.