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'CNBC': "Nossa economia está se recuperando e mercados emergentes também", disse Henrique Meirelles 

Leia entrevista realizada com o Ministro das Finanças do Brasil em reunião do FMI

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Nesta quinta-feira (20) foi publicada a transcrição de uma entrevista da CNBC com Henrique Meirelles, Ministro das Finanças do Brasil, em reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional, realizada por Geoff Cutmore.

Geoff Cutmore: Até que ponto você está preocupado ou otimista sobre a perspectiva de crescimento global a partir daqui?

Henrique Meirelles: Acho que é um cenário de equilíbrio que provavelmente se inclina em direção ao positivo. Nesse sentido, a perspectiva global neste ponto é boa. Eu não vejo a crise persistir ou qualquer tipo de grande problema, pelo menos por um tempo.

GC: E quanto aos empecilhos que os economistas tem se preocupado, como Donald Trump e protecionismo ou dívida chinesa e alavancagem excessiva no setor corporativo nessa economia? Alguma dessas coisas o mantém em alerta?

HM: Bem, a questão de alavancagem na China é algo que data já existe ha vários anos. E os economistas esperavam ter algum freio ou algo assim. Talvez ha três, quatro ou cinco anos atrás. Isso não aconteceu. E os chineses aparentemente estão controlando esse processo e é um pouco difícil entender exatamente como isso vai acontecer do lado de fora. O que estou dizendo é que, por outro lado, em geral, nossas economias estão se recuperando, os mercados emergentes estão se recuperando. Eu acho que estamos indo na direção certa.

GC: No passado recente, alguns economistas disseram que o Brasil poderia ser um beneficiário de sanções contra o México. Você acha que se Trump concretizar suas metas no México, especificamente tarifas protecionistas, o Brasil pode ganhar?

HM: Bem, eu acho que nós somos um pouco neutros porque estamos infelizmente em um daqueles países que têm um superávit muito grande para os EUA, particularmente com produtos manufaturados. Temos uma carteira muito diversificada de exportações. Eu não vejo isso como um grande problema ou você tem uma boa quantidade de matéria-prima e commodities e etc, e também alguns bens manufaturados. Eu acho que, do ponto de vista brasileiro, eu não acho que haja uma grande mudança. Não estamos direcionando especificamente uma coisa ou outra. Simplesmente pensamos que o comércio livre é melhor para todos os envolvidos.

GC: Obviamente, todos nós estamos olhando para o Federal Reserve, para tentar entender o impacto sobre a economia global com mais duas ou três elevações nas taxas de juros este ano. Novamente, não é algo que você está muito focado. Esse crescimento poderia ser potencialmente lento?

HM: Não, eu acho que isso já está no preço. E isso já está nos cartões. Eu acho que o Fed está anunciando seus próximos passos já. Por algum tempo não vejo surpresa alguma quando vemos todas estas estimativas sobre a economia brasileira para este ano e o próximo.

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