Diante da crise, a queda livre da indústria brasileira é perceptível e muitos especialistas já tratam o assunto como desindustrialização acentuada. Muitos já consideram um caminho sem volta, afinal o fato é que a participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB) vem diminuindo progressivamente ano após ano. Nesse ritmo o país caminha para o fim da sua produção doméstica, reduzindo tudo à montagem de componentes importados. Para se ter ideia, nos últimos 20 anos, o PIB brasileiro cresceu apenas 80%, média de 3,0% ao ano, muito abaixo do crescimento de países como China, Coreia e Índia e a participação no PIB da indústria de manufatura caiu de cerca de 20% para 10%, como consequência do câmbio valorizado e outras políticas. Além disso, o déficit do comércio exterior de alto e médio alto conteúdo tecnológico já chegou a US$ 90 bi em 2014, mais de 5% do PIB.
Em busca de reverter essa situação, a Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec) estará reunindo no próximo dia 18, especialistas, governo e empresários para discutirem as perspectivas e os melhores caminhos para a retomada das políticas de estímulo já previstas na Lei de Inovação e Lei do Bem. Durante o encontro serão definidas propostas que irão compor o Programa Emergencial de Retomada do Crescimento da Indústria, documento que será entregue ao Governo interino.
Segundo Roberto Nicolsky, diretor geral da entidade, o encontro “O objetivo é não só apontar o problema, mas também sugerir soluções para o apagão tecnológico”, explica Nicolsky, acrescentando que o encontro contará ainda com a presença do Secretário de Inovação e Novos Negócios do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, Marcus Vinícius de Souza, para discutir as perspectivas de continuidade das políticas públicas no que diz respeito à inovação tecnológica. Já Fábio Servo - Diretor de Assuntos Macroeconômicos da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão – apresentará os resultados das leis de incentivo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico.
Para Nicolsky, mesmo diante desse cenário desanimador, alguns movimentos veem possibilidade de reverter essa realidade através do incentivo e subvenção para empresas nacionais realizarem inovações tecnológicas em seus processos de produção.“É preciso insistir junto ao governo que não se paralise o fluxo de recursos que estimulam o desenvolvimento de inovações. A perda dessa continuidade pode significar um retrocesso ainda mais sério ao nosso desenvolvimento tecnológico”, afirma o especialista.
Sobre o evento
Trata-se do XIV Encontro de Inovação Tecnológica (ENITEC), evento tradicional e que é o principal, único e persistente fórum de discussão e propostas sobre políticas públicas de fomento e incentivo ao desenvolvimento e agregação de inovações tecnológicas aos produtos e processos da indústria brasileira para elevar a sua produtividade e competitividade no cenário nacional e internacional.
Ao todo, serão três painéis: “Apresentação e avaliação de resultados das políticas públicas de incentivo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico”; “Inovação Tecnológica como eixo de crescimento e perspectivas de continuidade das políticas públicas” e “Debates sobre as perspectivas e formulação de proposições para a retomada da competitividade”.
O evento é uma realização da Protec, com patrocínio do BNDES e apoio da Biolab, Blanver, Oxiteno, Weg, Abifina e Governo Federal.
Serviço:
XIV Encontro Nacional da Inovação Tecnológica (ENITEC)
Dia 18/07
Local: auditório do BNDES do edifício Ventura Av. Republica do Chile 330, Torre Oeste, 8º andar
Horário: 10hs às 18hs
Inscrições: [email protected] telefone: (21) 3077-0800