O Índice de Confiança do Setor de Seguros (ICSS) – um dos principais termômetros do mercado – subiu 12,8% em abril, de acordo com pesquisa da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor). Esta é a segunda alta consecutiva do indicador, que chegou a 83,4 pontos, a maior média desde dezembro de 2014.
“Acreditamos que, num cenário positivo, o indicador possa chegar a 100 pontos em dois meses. Abril foi um mês de eventos marcantes no cenário político nacional, como a votação do impeachment na Câmara dos Deputados, e a economia tende a se aquecer na expectativa de soluções de médio prazo. Com a mudança na esfera política, problemas como inflação e desemprego podem ser amenizados – e o setor de seguros tende a responder rapidamente esse tipo de mudança”, explica o presidente da Fenacor, Armando Vergilio.
O setor de seguros é responsável por 6% do Produto Interno Bruto (PIB). É uma indústria que emprega mais de 40 mil pessoas, abriga cerca de 95 mil corretores e reúne 112 companhias seguradoras em todo o país. Em 2015, movimentou R$ 92 bilhões em volume de prêmios, crescendo 12%, o que mostra sua força na economia nacional.
O cálculo do ICSS tem por base entrevistas com executivos de mais de 100 companhias, entre corretoras, seguradoras e resseguradoras. O objetivo é avaliar o grau de confiança e as expectativas do mercado. Dessa forma, a Fenacor espera contribuir para o desenvolvimento institucional do setor de seguros e, em especial, das corretoras de seguros.
Os percentuais são calculados a partir de pesquisa realizada pela Fenacor com 100 grandes empresas do setor, que indicam percentuais de 0 a 200 para a confiança na economia, rentabilidade e faturamento. Também foram apurados outros três indicadores: ICSS (de confiança do setor de seguros no Brasil), ICER (Índice de Confiança e Expectativas das Resseguradoras) e ICGC (Índice de Confiança das Grandes Corretoras).
Variação dos indicadores – Março/Abril
ICES 8,3%
ICER 12,1%
ICGC 18,2%
ICSS 12,8%
Entre março e abril de 2016, o ICGC registrou a maior variação: 18,2%. Mas ainda não há o que comemorar pelo fato de os índices estarem muito baixos (inferiores a 100 pontos). Segundo a Fenacor, o momento é de continuar trabalhando em novas opções de produtos para os clientes. “É preciso disseminar a mentalidade de busca por novas oportunidades de negócios, indo além do seguro de carros, que respondem por cerca de 50% das vendas do setor. Capitalização, vida e previdência despontam entre as possibilidades de ampliar os ganhos”, analisa Vergilio.
O otimismo permanece entre as corretoras e resseguradoras: 60% e 66% destas empresas, respectivamente, acreditam em melhora ou manutenção de ganhos nos próximos seis meses.
Faturamento
Ao todo, 83% das resseguradoras, 68% das corretoras e 51% das seguradoras esperam um crescimento da economia pior ou muito pior nos próximos seis meses.
Rentabilidade
As resseguradoras estão otimistas em relação à rentabilidade do setor pelos próximos seis meses: 75%. Entre as demais empresas, as seguradoras esperam melhora de 51% e as corretoras, de 56%.