Não fosse a melhora no quadro financeiro externo, a baixa do Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, poderia ter sido pior nesta quarta-feira (10). Ainda assim, o recuo foi de 0,53%, aos 40.376 pontos, com investidores ajustando os preços dos ADRs (ações negociadas nos EUA), que registraram forte queda nos dias de Carnaval em que a Bovespa ficou fechada.
As declarações da chair do Federal Reserve (Fed), banco central americano, Janet Yellen, de que a autoridade monetária prevê uma manutenção do crescimento econômico do país, com a necessidade apenas de alguns ajustes pontuais na política monetária, reforçaram a probabilidade da taxa de juros nos EUA ser mantida como está na próxima reunião do Fed, em março. Os comentários de Yellen influenciaram fortemente as bolsas mundiais, inclusive a Bovespa, que teve sua queda atenuada.
Entre as ações da Bovespa que tiveram alta no pregão de hoje, Bradesco PN subiu 1,12%, seguida por Itaú PN (0,48%),
A Petrobras viu suas ações despencarem, na medida em que estas se ajustaram à variação dos ADRs (negociadas nos EUA). Os papéis ordinários, PETR3, fecharam em queda de 4,23%, a US$ 6,12, enquanto a PETR4, correspondente aos preferenciais, caiu 5,07%, cotada a US$ 4,31.
Inúmeras ações de peso no Ibovespa também seguiram a tendência e caíram hoje, como Ambev ON (-1,10%), Vale PNA (-0,77%) e Brasil Foods ON (-0,21%).
Bolsas europeias voltam a subir, mas tudo indica que quadro financeiro é grave
Dúvidas em relação à saúde financeira de grandes bancos europeus, especialmente o Deutsche Bank, reforçam um quadro de complicações para as principais bolsas europeias, apesar da alta que registraram hoje.
O FTSE-100 de Londres ganhou 0,71%, o Dax-30 de Frankfurt 1,55% e o CAC-40 de Paris, 1,59%. As bolsas haviam sofrido forte queda no início da semana, reféns de baixas nos principais bancos do continente.
Após terem despencado 9,5% na segunda-feria (8) e 4,3% na terça-feira (9), as ações do Deutsche Bank, principal banco alemão e um dos maiores da Europa, voltaram a subir, mas as perspectivas de especialistas são de pessimismo quanto a uma recuperação dos bancos europeus, devido principalmente aos constantes dados negativos da economia chinesa, cujo avanço será muito menor em 2016, e da qual não só a Europa, mas o mundo inteiro é dependente.
Dólar registra alta no encerramento de hoje
Depois de abrir em queda, o dólar acabou fechando em alta frente ao real em dia de pregão mais curto, na volta do feriado de Carnaval. O dólar comercial avançou 0,66%, a R$ 3,9347.