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Falência de empresas do petróleo nos Estados Unidos pode chegar a 45%

Companhia especializada em dívida corporativa aponta para "marca profunda"

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Levantamento da CreditSights, companhia norte-americana especializada em análise de dívida corporativa, aponta para uma marca profunda para empresas participantes da cadeia do setor de petróleo em decorrência da queda dos preços. Entre 2015 e 2017, período que a CreditSights acredita que será o mais crítico, a taxa de falências das empresas americanas do setor deve chegar a 45%, no total. A informação foi dada na quinta-feira (21) pelo jornal "Valor Econômico".

Ainda de acordo com o analista Brian Gibbons, da CreditSights, anualmente, a projeção para recuperações judiciais, processos falimentares e reestruturação de dívida é de 15%. Em 2015, foram 26 falências - número acima do esperado. Até 2017, a companhia especializada em análise de dívida corporativa vê mais 73 companhias entrando em falência.

Gibbons apontou cerca de US$ 155 bilhões em obrigações financeiras de empresas da cadeia do petróleo que vencem em três anos. A maior parte do valor mencionado é com nota de crédito próxima do nível de grau especulativo ou já considerados "junk bonds" (de alto risco) e o pico de vencimento no caso das companhias com grau de investimento se concentra em 2018 e 2019.

A preocupação do analista é por conta da escassez de crédito ao  setor e do custo mais alto de captação. Ainda assim, a CreditSights projeta em US$ 85 bilhões as emissões de dívida com rating em grau de investimento e US$ 10 bilhões em especulativo, informa a reportagem do "Valor".

Gibbons estima o preço de US$ 31 para o WTI e US$ 32 para o Brent em 2016, mas vê espaço para recuperação. Segundo ele, o ambiente pode levar a um déficit de petróleo no mundo mais próximo do fim do ano, impulsionando a cotação. Pelo cálculo do analista, entre US$ 150 e US$ 200 bilhões já foram adiados ou cancelados pelas petroleiras em investimentos, o que deve reduzir a produção global nos próximos anos em 5% a 10%.

"Historicamente, o tempo e custo necessários para se 'religar' campos de exploração são duas vezes o que se precisa para parar a atividade nos poços. Portanto, é possível que demore um bom tempo até que essas empresas voltem a extrair petróleo", analisa Gibbons.