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Redução da meta do superávit pode fazer agências rebaixarem nota do Brasil

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As agências de classificação risco podem rebaixar o rating do Brasil nesta quarta-feira (16), se a revisão da proposta de superávit primário para 2016 for aprovada pelo Congresso Nacional. O Planalto propôs a redução do superávit dos 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) defendidos pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para 0,5% - com possibilidade de zerar o valor, caso a economia não se recupere na velocidade esperada. 

A decisão foi entendida pelo mercado como uma estratégia da presidente Dilma Rousseff de evitar desgastes no Congresso e ter a proposta aprovada mais facilmente pelos parlamentares oposicionistas, que defendiam a meta zero. Por outro lado, Levy argumentava que a revisão pode passar um recado negativo ao mercado financeiro e provocar a perda do grau de investimento brasileiro na avaliação das agências internacionais.

A Standard & Poor's se adiantou em relação às demais instituições e há alguns meses, assim que o governo revisou para baixo a meta de 2015 (transformando-a em déficit de R$ 119 bilhões), tirou do Brasil seu selo de bom pagador. Na semana passada, após a intensificação dos debates sobre o pedido de impeachment à Dilma, a Moody’s deu um recado de desconfiança em relação ao cenário fiscal do país e colocou sua nota de crédito soberano em revisão para possível rebaixamento. 

Em comunicado, a agência disse que se posicionaria em relação ao rating brasileiro dentro de três meses. Analistas entendem que a revisão da meta fiscal de 2016 poderá acelerar a perda do grau de investimento, já vista como certa. Caso mais uma instituição rebaixe o Brasil, os fundos de investimento internacionais não poderão aplicar seus recursos, desencadeando um processo de fuga de capitais.  

A proposta de revisão do governo estava prevista para ontem, mas acabou sendo adiada para esta quarta. Há uma semana, durante reunião na Comissão Mista de Orçamento (CMO), Levy declarou a parlamentares que deixaria a Fazenda caso a meta fosse reduzida. Dias depois, ele tentou abafar o mal estar gerado pela declaração e desconversou sobre sua saída do cargo. Informações dão conta que ele estaria neste momento a caminho do senado para encontro com Renan Calheiros sobre o tema.